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sábado, 25 de outubro de 2014

Se ficar o impeachment pega e se correr a cadeia come...




Por Zezinho de Caetés

Quando li a postagem de hoje do Zé Carlos, onde ele diz que vai a São Paulo e que talvez não possa publicar o que os colaboradores da AGD o enviem, eu não tive dúvidas. Corri para escrever para ver se ainda o pego em Recife, pois neste momento eleitoral, que discute política, um texto com uma hora de atraso é jornal de ontem.

E, confesso, não faltam assuntos nesta reta final de campanha. Basta olhar para o debate de ontem na Rede Globo para ter matéria para escrever durante 3 dias. Mas, se não quisermos escrever tanto basta resumir: Foi um verdadeiro massacre, no bom sentido, é claro. Eu cheguei a ter pena da Dilma. Certas horas ela só não chorou porque havia dito para Marina que presidenta não chora.

Desde o início, quando o Aécio deu um cruzado de direita no queixo dela, pedindo para ela esclarecer a reportagem de VEJA que reproduz o depoimento do Alberto Youssef na delação premiada, a candidata ficou grogue e não se recuperou mais durante toda a luta. O mineiro deitou e rolou com a mineira. Via-se no olhar de William Bonner aquele ar de alegria contida, talvez, pela vingança do que queriam fazer com a Patrícia Poeta, e que terminaram não fazendo até agora, e, também, por não o terem permitido tocar no Jornal Nacional na reportagem bomba da VEJA. Diga-se de passagem que a matéria, hoje, não é mais  só desta revista, porque tanto a Folha quanto o Estado de S. Paulo, também furaram o segredo de justiça, com o vazamento. Aliás, querer, dentro de uma divisão política com o Brasil está vivendo, manter coisas como essas em sigilo é pura ingenuidade.

Mas, ingênua ainda (eu prefiro chamar de “viva”, para não dizerem que eu estou ofendendo as mulheres, como inventaram do Aécio) foi a Dilma ao querer processar a revista defendendo a liberdade de expressão. Foi patético, mas, ela já estava grogue, está desculpada.

O ponto alto do debate foi o novo (pelo menos para este ano) modelo de debate incluindo os indecisos. Houve um momento simplesmente hilário, quando uma eleitora indecisa, de 55 anos e formada em Economia, disse que estava desempregada, e Dilma a mandou fazer o Pronatec, para se reciclar. Ou seja, com outras palavras, chamou a moça de incompetente, mandando-a fazer um curso profissionalizante. Isto só se justifica pela formação da Dilma, porque ela também é economista. É uma pena que os indecisos não pudessem se pronunciar, para moça responder à candidata que ela é que deveria voltar aos bancos escolares.

No outro momento, foi o Aécio que brilhou, quando disse que a solução para corrupção seria tirar o PT do poder. Como eu digo isto aqui há anos, aplaudi em casa, sozinho. E só não aplaudi mais por causa da pena que estava da Dilma, e já esperando que ela desmaiasse outra vez. Ela, vestindo as cores do Sport, cambaleava no palco. Se eu fosse o juiz da luta, ou talvez o Bonner eu teria parado o combate ali e dado a vitória a Aécio por nocaute técnico. Graças a Deus ela aguentou até o final e eu fui dormir com os meus valores morais mais calmos.

E agora, só me resta esperar até amanhã para votar. Mesmo que eu estivesse indeciso, depois do debate, não há chance de “encarcar” outro número a não ser o 45. O que espero é que o Zé Carlos publique este texto ainda hoje para não ser acusado de fazer “boca de urna”.

Ainda não contente, transcrevo um texto do Ruy Fabiano (Blog do Noblat – 25/10/2014), para vocês terem uma melhor dimensão do que significa a Dilma ganhar. Ele diz, entre outras coisas os seguinte:

“A democracia foi substituída pela criminocracia. Caso se comprovem as delações de Youssef – e quem circula no meio político tem poucas razões para duvidar dessa hipótese -, uma eventual vitória de Dilma Roussef recolocará o fantasma do impeachment no palco da política.

Ouvi de um importante advogado de Brasília, acostumado a defender políticos, a frase: “Os eleitores de Dilma devem desde já procurar conhecer o programa de governo de Michel Temer”.”

Vejam por vocês mesmos, lendo o texto abaixo. Para resumir, “se ficar o impeachment pega e se correr a cadeia come”. Se depender do debate, PT saudações.

“Não é verdade que o povo brasileiro seja insensível à corrupção. Fosse assim, Getúlio Vargas não teria se suicidado ao se ver cercado por um mar de lama (expressão que introduziu no glossário da política brasileira).

Fosse assim, não apenas Fernando Collor não teria sido deposto por um impeachment, como o PT não teria chegado aonde chegou, já que construiu sua trajetória pela via do denuncismo.

Hoje, mesmo com sua cúpula na cadeia, insiste em apontar a corrupção do próximo. Não a encontrando no presente, vai ao passado e procura desenterrar denúncias que fez ao governo FHC e que, em doze anos de exercício do poder, não cuidou de demonstrar – e providenciar a punição.

Uma coisa é o denuncismo vazio, que procura constranger o adversário e pô-lo na defensiva, como o PT sempre fez e continua fazendo. Outra coisa é a denúncia consistente, lastreada em testemunhos e documentos, como as que levaram ao impeachment de Collor e ao Mensalão – e agora ao Petrolão.

Não há exemplo mais eloquente de denúncia vazia – e, portanto, leviana - que a que fez Dilma Roussef ao falecido ex-presidente do PSDB, Sérgio Guerra, de que recebera propina da Petrobras. Para tanto, invocou o depoente Paulo Roberto Costa, que manteve na diretoria da Petrobras, e cujas acusações aos governistas rejeitara por falta de provas.

O advogado de defesa de Paulo Roberto assegura que seu cliente jamais se referiu a Paulo Roberto Costa [penso que o Ruy quis dizer Sérgio Guerra] em sua delação premiada – e que nem o conheceu.

Quanto a Sérgio Guerra, não está aí para se defender. A denúncia foi feita num dos debates, surpreendendo o oponente, já que ninguém antes mencionara – e nem fazia sentido – a participação de um oposicionista na farra do PT e seus aliados.

Não importa: importa o efeito no eleitor, que pode atribuir a surpresa do oponente a um desmascaramento.

Não se busque aí nenhum fundo moral. Lula disse que “eles não sabem do que somos capazes”. E Dilma disse que faria “o diabo” para vencer as eleições. Essas promessas eles cumprem, fielmente. Aécio já foi acusado de espancar mulheres, de dirigir bêbado e drogado, de ser playboy e coisas do gênero. Na falta de fatos concretos, o jeito é inventá-los.

De tal modo Lula se mostrou transtornado nos últimos comícios que o ministro Gilmar Mendes, do STF, não resistiu ao comentário: “Ainda bem que não há bafômetro para comícios”.

A edição de Veja desta semana explica esse desespero: o doleiro Alberto Youssef, submetido à delação premiada, pôs pela primeira vez os nomes de Lula e Dilma na cena do crime. Disse que eles sabiam de tudo. E prometeu dar os números das contas bancárias do PT no exterior para onde ia a grana da roubalheira.

Precisa mais? Não são apenas acusações de um marginal, que busca jogar lama no ventilador. Trata-se de alguém que joga seu próprio destino. Delação premiada não é um jogo de vale-tudo.

As informações precisam estar fundamentadas, lastreadas em documentação – ou não serão aceitas e agravarão a pena do depoente. As de Paulo Roberto Costa foram aceitas pelo Ministério Público e pelo Supremo Tribunal Federal. E ele já está em casa – sinal de que não se tratou de denúncias vazias.

Seja qual for o resultado de amanhã, há uma crise institucional no fim do túnel. Segundo se informa, em Brasília, algumas ordens de prisão, direcionadas a parlamentares e a governadores, já estão prontas.

A democracia foi substituída pela criminocracia. Caso se comprovem as delações de Youssef – e quem circula no meio político tem poucas razões para duvidar dessa hipótese -, uma eventual vitória de Dilma Roussef recolocará o fantasma do impeachment no palco da política.

Ouvi de um importante advogado de Brasília, acostumado a defender políticos, a frase: “Os eleitores de Dilma devem desde já procurar conhecer o programa de governo de Michel Temer”.


De fato, se vitoriosa – e na hipótese de um processo de impeachment -, Dilma acha que o PMDB a apoiaria ou preferiria exercer diretamente o poder? A eleição termina amanhã, mas a crise ocupará 2015.”

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