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sábado, 30 de agosto de 2014

As mentiras do PT




Por Zezinho de Caetés

Tempos atrás, mesmo sendo de outra área de estudo, com a qual ganhei a vida, eu fiz um curso de economia, que me ajuda muito, certas horas. Principalmente, nesta fase na qual os candidatos vão à TV, muitas vezes, enrolar o grande público. E, pelo que eu vejo, ao público a que eles se dirigem é facilmente enrolável, por desconhecimento da matéria.

Aprendi naquele curso que economia, esta importante ciência social, trata da escassez de meios para satisfazer as necessidades humanas, pelo menos desde que Adão comeu aquela fatídica maçã no paraíso, infringindo a lei de Deus, e Este o mandando ganhar o pão com o suor do seu rosto. E, quando hoje vejo, nos debates eleitorais, algum candidato falando de economia, parece até que voltamos ao paraíso. Todos prometem que a partir de 2015 tudo será uma maravilha, o Brasil será o Brasil Maravilha. E ai de quem disser o contrário.

O candidato Aécio Neves cometeu a heresia de dizer que pode tomar medidas impopulares para reverter as burradas que o PT cometeu no poder, e isto é motivo de ataque da gerenta presidenta, que diz entender de economia, e promete que, com ela no governo, o salário mínimo vai aumentar tanto, que em 4 anos, todos estarão ganhando apenas ele, e o Brasil será um país com justiça social com todos na classe média. O que todos esquecem de explicar é como isto será feito.

Então, hoje vendo que Economia é para quem entende, eu transcrevo abaixo um texto do talvez futuro Ministro da Fazenda (isto se o Aécio ou a Marina ganhar as eleições, pois esta disse que governará com PSDB, e um candidato melhor ao posto é impossível) o Arminio Fraga, que coloca organização nas mentiras inventadas no PT ao longo do tempo. O texto foi publicado na Folha de São Paulo em 28/08/2014, e se intitula: “Mitos do PT”. Eu não seria tão educado e o intitularia, se tivesse a capacidade de escrevê-lo de “MENTIRAS DO PT”, que é o título que dou a esta postagem para vocês meditarem  fim de semana a dentro. Fiquem com o Arminio.

“Não é de hoje que o PT adota uma retórica agressiva e populista para marcar suas posições. Em tempos de campanha, esta prática se radicaliza, adquirindo tons cada vez mais berrantes, e chegando frequentemente a se desentender com os fatos. Abaixo alguns exemplos.

O primeiro mito, mencionado em entrevista na televisão pela própria presidente Dilma, é que a culpa do baixo crescimento é da economia internacional. Não é verdade. Nos governos FHC e Lula, o Brasil cresceu a taxas médias muito próximas das da América Latina. Para os anos Dilma, o crescimento projetado está 2% ao ano inferior ao da região, o que demonstra que não foi problema externo, foi interno mesmo.

O segundo diz que "basta estimular a demanda e o resto se resolve". Não tem sido bem assim. Falta investimento, vítima de preconceitos ideológicos e má gestão. A produção e a importação de bens de capital afundaram nos últimos meses. A infraestrutura virou uma barreira ao crescimento. O investimento está flutuando em torno de 18% do PIB há anos, valor insuficiente para acelerar o ritmo de crescimento. É preciso elevar esse porcentual a 24% até 2018, que é a nossa meta.

O terceiro é que os problemas da indústria serão resolvidos com medidas pontuais. Na verdade, a indústria nunca esteve tão mal. As taxas de juros estão para cima e o câmbio para baixo. O complexo sistema tributário é custoso e cumulativo, prejudicando as exportações e o investimento. A logística não está à altura das necessidades do país.

O quarto é o "querem fazer um arrocho", em resposta à posição honesta de que (para voltar a crescer) o país necessita corrigir muitas de suas políticas. A verdade é que a economia está devagar quase parando, amarrada por uma enorme e crescente incerteza sobre seu futuro. As perspectivas para o ano que vem são sombrias, como mostram todos os indicadores de confiança disponíveis. O arrocho, com dispensas e suspensões de contrato de trabalho, já chegou, vamos cair na real.

O quinto é o estridente "vão fazer um tarifaço". Aqui cabe perguntar, antes de mais nada, que situação é essa e como chegamos nela. Falo do irresponsável represamento dos preços de combustíveis e de energia, e da taxa de câmbio. No campo dos combustíveis, sofre a Petrobras asfixiada em seu fluxo de caixa, sofre o setor de etanol, onde as falências crescem, e sofre o meio ambiente, com o absurdo subsídio implícito a combustíveis fósseis. No setor elétrico, um movimento voluntarista de redução de tarifas saiu pela culatra, e vem gerando uma dívida bilionária com as distribuidoras de energia. Por último, a repressão da taxa de câmbio desestimula as exportações e pressiona ainda mais o deficit em conta corrente, hoje em 3,5% do PIB.

Em sexto lugar, há a acusação de que "o governo FHC sempre cortou o gasto social". Acusação falsa, como demonstra Samuel Pessôa em artigo recente nesta Folha. Medido como a soma de INSS, Lei Orgânica da Assistência Social, abono salarial, seguro-desemprego e bolsas, o gasto social cresceu cerca de 1,5 ponto do PIB em cada um dos governos Itamar/Collor, FHC, Lula e Dilma (esta em cerca de 1 ponto até agora). Na verdade, o governo FHC representou uma guinada no foco do gasto público na direção da educação e da saúde, ponto nunca reconhecido pelo PT.

Finalmente, o governo diz que "quebraram o país e nós pagamos o FMI". Em 2002, o Brasil quase quebrou, sim, em função do medo do que faria o PT no poder (e que Lula resolveu, para seu eterno mérito). No segundo semestre de 2002 o governo FHC (com anuência da oposição) tomou um empréstimo com o FMI de US$ 30 bilhões. Cerca de 80% do empréstimo foram reservados para o próximo governo, sendo 20% desembolsados (e não gastos) em dezembro de 2002 e o restante já durante o governo Lula. Portanto os recursos ficaram, na prática, à disposição do governo Lula.

O populismo e a mentira são inimigos da democracia e da boa política. Temos que melhorar a qualidade do debate público, que deve ser baseado em fatos e dados.”

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