Em manutenção!!!

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

PATRIMÔNIO DE UMA CIDADE


Bom Conselho - PE


Por José Antônio Taveira Belo / Zetinho


Toda cidade tem uma história e suas estórias, aquela transmitindo seus feitos, suas datas, seu passado cheio daquele vigor cívico que enobrece, orgulha e glorifica o presente; essas inebriando, entusiasmando, sensibilizando no presente o passado, vinda através das tradições e das lendas. Ali é uma praça, um monumento, uma ruina, uma igreja, uma casa, uma rua. Aqui uma figura, um folguedo, um canto, uma dança, um uso de costume, tudo isso, porém forma um conjunto de conhecimentos e de saudades em uma cidade. Há pairando sobre tudo isso o tempo. Ele é responsável pela história. E ele sua medida no contexto vivencial. A cidade é feita de sonhos e desejos. Sonhos e desejos que, um dia, se tornarão recordações, se incorporarão aos inúmeros labirintos da memória das pessoas. É assim a cidade a moradia dos homens. E Bom Conselho não fica atrás. A cada dia a cidade vem sofrendo a delapidação do seu patrimônio, rasgando um passado que cresceu e poderia ser conservado para as gerações que advir, mas sofremos a cada dia um desprezo pelo patrimônio cultural que guarda a valioso sentimento dos seus antepassados. Leio com tristeza e lamentação na edição da À GAZETA nº 425 de 16 a 31/01/2017 página 07, e vejo a foto da destruição do Bangalô de Luisinha Correntão, que já fora delapidado com a construção de um prédio horrível vermelho, já destoando o lugar. Aquele bangalô na minha infância brinquei muito nos seus terraços, corredores e salas mal iluminadas trazendo medo para as crianças correndo de um lado para outro se esquivando dos espinhos dos “bem casados” florzinha vermelhinhas. Em 1950 aquele lugar foi de expectativa para nós crianças, pois a minha querida mãe Nedi estava para “dar a luz” e nos mandou para o bangalô de Luisinha para esperarmos a cegonha passar por cima do telhado até a nossa casa na Rua do Caborje e ali ficamos até ao meio dia, quando fomos avisados da chegada da nossa irmã Ana. Olhamos um para outro e ficamos sem ver a “cegonha” passar pelo lindo céu azul e um sol abrasador naquele dia 09 de o outubro. Ali, também à tarde no terraço, sob o sol se pondo, o Tenente Caçula sentado com o chapéu cinza, paletó, guarda chuva preto e de óculos de grau “fundo de garrafa” com Luisinha, observando as pessoas que circulava na Praça Lívio Machado, com a sua estátua que retirassem para fazer uma rodoviária, infelizmente ainda hoje é falada e rejeitada pelos moradores.  Naquele terraço costumava Luizinha receber as suas amigas para o bate papo e o chá da tarde e recordar os bons momentos vividos e avivar os pensamentos, encerrando muitas das vezes com a hora do Ângelus tocado no auto falante na Praça Pedro II.  Os patrimônios da cidade vão desaparecendo em cada governo municipal, que não atenta para esta cena. Quantos prédios e residências não foram destruídos nestas últimas décadas? Eu enumerarei alguns da minha infância que por sorte ainda alcancei, se não somente veria através de fotografias cinza como o nosso povo o vê hoje. O Cinema Rex, edifício antigo que embelezava a todos quem ia até o Corredor, com os seus cartazes cinematográfico, para aqueles sentir a programação da semana; derrubado para fazer um mercado público de carne, que hoje não representa nada de acordo com alguns anuncio na nossa querida A GAZETA; o Correto brincava muito quando descia pela Rua das Aguas Belas, para visitar as casas de minha Tia Maria, mãe de Geraldo e Hélio Belo, e das Tias Joana e Maria Eugenia, destruíram. A Bomba de Querosene Jacaré instalada em frente da casa de Tenorinho, destruído, não sei existe alguma fotografia; a Praça Pedro II, bonita como era no meu tempo com os seus canteiros coloridos e rosas vermelhas e amarelas e margaridas branquinhas e com as suas palmeiras imperiais, destruíram para fazer uma nova praça que de nada é bonita como a que existia; No Alto do Colégio um posto de gasolina tomou a ali um monumento. Tantas e tantas outras casas no “quadro” que deveriam permanecer na sua originalidade, como existe em outros lugares que preservam a beleza do passado da cidade. Cidades como Ouro Preto, Mariana, São João Del-Rei no Estado das Minas Gerais; Paraty e Petrópolis no Rio de Janeiro, Olinda o seu sitio histórico, Pelourinho em Salvador e tantas outras que conservam o seu patrimônio histórico que encontra os turistas que ali se alojam e se encontram em passeios pela paisagem existente. Onde se encontra a Secretaria de Patrimônio Histórico da Prefeitura de Bom Conselho, se existe, para conter estas aberrações, ainda tardia. Existe ainda em nossa cidade patrimônio que devem ser preservados e que se não tomar providencias breve cairão, como está acontecendo com o Bangalô de Luisinha Correntão, um patrimônio que deveria ser preservado. Vejamos alguns que poderão ser atingidos por esta ganancia de modernidade. O bangalô do Coronel José Abílio, este eu acredito que ninguém mexerá, pois o Coronel é capaz de ressuscitará e lutar para que se preserve o seu lugar donde dali velava a nossa cidade; A casa de Doutor Raul Camboim, na Rua Aguas Belas.  Outra bela casa que ostenta a beleza arquitetônica de tempos idos. O Ginásio São Geraldo quase foi destruído, pois houve movimento para isto; O Grupo Mestre Laurindo Seabra, onde muitos aprenderam as primeiras letras e hoje dão testemunho do aprendizado em vários lugares do nosso Brasil; A antiga cadeia pública, onde pode ser instalado um centro de artesanato para os nossos artesões. O casarão onde funcionava a GAZETA, outro imóvel antigo. Vamos guardar a memória do antepassado em nossa cidade e não tentar destruir o que ainda existe. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário