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quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

A semana - Vamos fazer um "rolezinho"?




Por Zé Carlos

Por motivos particulares e mais prazerosos, só hoje comento o vídeo da semana do UOL, que tenta nos explicar o fenômeno mais recorrente deste período que são os chamados “rolezinhos”, uma horda de jovens que tenta se divertir invadindo os shoppings, e o que conseguem, na maioria das vezes, é tumultuar estes espaços, que eram ainda o último refúgio da classe média nas grandes cidades.

Confesso que não ri muito com o vídeo a não ser com o histrionismo de alguns dos comentaristas que nele aportam. E se “não dá para rir, dá para chorar” como dizia a canção. O “rolezinho”, para mim, nada mas é do que uma manifestação da juventude moderna que vive plugada nas redes sociais, que hoje é quase toda sua fonte de informação. Em minha época, o mais próximo que vi deste fenômeno, eram as brigas entre facções infantis e adolescentes, que se programavam, em menor número, é verdade, para invadir as ruas das facções rivais.

Tudo isto era uma influência, quase direta do cinema e das revistas em quadrinhos que nos ensinavam até nas posições de lutas. Quando se brigava, isto era feito com os punhos, como o Rocky Lane, o Zorro ou o Roy Rogers, que nos eram passados pela mídia da época. Por acaso hoje, alguém vê um menino lutar com os punhos? Hoje é tudo Karatê, Kung Fu e MMA.

Lembro ainda, na Praça Pedro II, o ajuntamento de colegas meus escalando q                uem iria brigar com o Melckzedec quando ele viesse de Garanhuns. Eu nunca entrava na lista porque nunca fui muito de lutar com o corpo. Participava das reuniões mais usando a cabeça, para pensar e não para dar cabeçadas. E quando o Melck chegava aconteciam os rolezinhos, que nem sempre tinha sucesso. Não tínhamos shoppings, como ainda não temos. Tudo era influência da mídia de nossa época.

Hoje a mídia é outra e nem sei se em Bom Conselho, entre os jovens, acontecem as brigas como aconteciam na minha infância e parte da adolescência. Nem sei se já houve rolezinho no Supermercado Bom Conselho. Só espero que isto não seja tomado como um sinal de progresso e que nosso município tente imitar São Paulo. Melhor que venham só os Shoppings Center.

No entanto, o importante do filme desta semana não é nem o humor, e sim a possível reflexão da influência da internet e redes sociais sobre nossa juventude. Pelo que vi, fora do filme, sobre os rolezinhos, eles não passariam de uma brincadeira, sem maiores consequências, se não fosse a exploração política deles. Mas, o que fazer? Neste ano de eleição, nada escapa da política. Só espero que os jovens também se interessem pelos aspectos políticos dos seus atos. Como? Quem sabe fazendo rolezinhos também nas bibliotecas?

Fiquem com o resumo dos produtores do filme, e depois vejam o que aconteceu, com as ações do rolezeiros e rolezeiras.

“Hordas de adolescentes tomando shoppings virou caso de polícia e tema de política, com governo federal, governadores e prefeitos preocupados que seja o começo de uma nova onda de mobilizações. O movimento migrou de São Paulo para outras cidades do Brasil, e gerou muita polêmica com a repressão da polícia e as medidas judiciais dos shopping centers.”


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