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sábado, 14 de dezembro de 2013

Triênio para lembrar




Por Zezinho de Caetés

Semana passada escrevi sobre um livro do Marco Antonio Villa, que ainda não encontrei nas livrarias daqui, que se chama “A Década Perdida – Dez Anos de Governo do PT”. Talvez ele tenha tirado do livro um resumo do que foi o último triênio, e o publicou em seu blog. Este texto é transcrito abaixo e é imperdível. Ele foi publicado em 10/12/2013, com o título de “Triênio para esquecer”.

Eu, depois de lê-lo, e vendo toda a verdade do que ele escreve, eu o intitularia de “Triênio para lembrar”, quando for votar em 2014. Eu ainda não acredito que a Dilma seja a candidata, penso que o Lula vai sair para seu quarto mandato, se quiser que o PT continue. Fica claro em todas as notícias e atos da presidenta que quem governa é o Lula, e ela é apenas uma rainha da Inglaterra sem pompa e sem circunstância.

Neste governo só funcionam o departamento de propaganda e o bolsa família. Vi a propaganda “gratuita” do PT na TV. É mesmo de morrer de rir de tantas mentiras, para iludir os incautos ou dar aos petistas perpétuos o que conversar. Dizem que o país mudou. E eu acredito que sim, pois institucionalizou a pobreza através dos programas sociais que foram criados no governo FHC, e que apenas se transformaram no nome, para angariar votos. Hoje, por incrível que pareça, há um blogueiro da região que comemora o aumento do número de inscritos no bolsa família, como se fosse a redenção do Brasil. Quando, na realidade, por falta de fiscalização e fuga dos propósitos iniciais, hoje, as mais variadas pessoas, de todos os níveis de renda, estão inscritas no programa.

E está acabando, por vencimento do prazo de validade, o discurso de culpar o passado, da herança maldita, e de outros cacoetes que Lula tanto usou, mentindo, quando usava as políticas do governo anterior. Infelizmente, não temos uma oposição à altura para mostrar, a herança maldita que vier para quem for eleito em 2014, mesmo que seja o Lula.  E talvez continuemos nosso calvário sem cruz de aguentar o PT por mais tempo.

Só nos resta, enquanto deixarem funcionar uma imprensa independente, informar e avisar o que pode advir de uma vitória do PT em 2014. Só esta possibilidade já me dá dó do povo brasileiro no futuro. Além disto, me assalta o medo de voltar aos anos 80, em que não sabíamos qual o preço de um ovo, no mesmo dia, no mesmo local, duas horas depois de comprar um. Só as maquininhas de reajuste de preços funcionavam.

Mas, deixemos agora vocês com texto do Villa, e esperando comprar o seu livro, para completar o conhecimento sobre a década do PT. Eu vou voltar a ler “Esquerda Caviar” do Rodrigo Constantino, e vendo como é que as esquerdas fazem “para tapar o sol com uma peneira”.

“É muito difícil encontrar na história brasileira um triênio presidencial com resultados tão pífios como o da presidente Dilma Rousseff. Desde a redemocratização de 1985, o único paralelo possível é com o triênio de Fernando Collor, que conseguiu ser pior que o da presidente. Em dois dos três anos houve recessão (1990 e 1992).

Mas Collor encontrou um país destroçado. Recebeu o governo com uma inflação anual de 1.782%, as contas públicas em situação caótica e uma absoluta desorganização econômica.

Dilma assumiu a presidência com um crescimento do PIB de 7,5%. Claro que o dado puro é enganoso. Em 2009 o país viveu uma recessão. Mas o poder de comunicação de Lula foi tão eficaz que a taxa negativa de 0,2%, deu a impressão de crescimento ao ritmo chinês — naquele ano, a China cresceu 8,7%.

No campo da ética, o triênio foi decepcionante. Nos dois primeiros anos, a presidente bem que tentou assumir um discurso moralizador. Seus epígonos até cunharam a expressão “faxineira”. Ela iria, sem desagradar a seu criador, limpar o governo de auxiliares corruptos, supostamente herdados de Lula.

Fez algumas demissões. Chegou até a entusiasmar alguns ingênuos. Logo interrompeu as ações de limpeza e, mais importante, não apurou nenhuma das denúncias que levaram às demissões dos seus auxiliares. Todos — sem exceção — continuaram livres, leves e soltos. E mais: alguns passaram a ser consultores de fornecedores do Estado. Afinal, como conheciam tão bem o caminho das pedras….

Sem carisma e liderança, restou a Dilma um instrumento poderoso: o de abrir as burras do Tesouro para seus aliados. E o fez sem qualquer constrangimento. As contas públicas foram dilaceradas e haja contabilidade criativa para dar algum ar de normalidade.

Todos os programas do seu triênio fracassaram. Nenhum deles conseguiu atingir as metas. Passou três anos e não inaugurou nenhuma obra importante como um aeroporto, um porto, uma estrada, uma usina hidrelétrica. Nada, absolutamente nada.

O método petista de justificar a incompetência sempre foi de atribuir ao antecessor a culpa pelos problemas. É construído um discurso que sataniza o passado. Mas, no caso da presidente, como atribuir ao antecessor os problemas? A saída foi identificar os velhos espectros que rondam a história brasileira: os Estados Unidos, o capitalismo internacional, o livre mercado.

A política externa diminuiu o tom panfletário, que caracterizou a gestão Celso Amorim. Mas a essência permaneceu a mesma. O sentido antiamericano — cheirando a naftalina — esteve presente em diversas ocasiões. Em termos comerciais continuamos amarrados ao Mercosul, caudatários da Argentina e, quando Chávez vivia, da Venezuela (basta recordar a suspensão do Paraguai). Insistimos numa diplomacia Sul-Sul fadada ao fracasso. No triênio não foi assinado sequer um acordo bilateral de comércio.

A política de formar grandes grupos econômicos — as empresas “campeãs nacionais” — teve um fabuloso custo para o país: 20 bilhões de reais. E o BNDES patrocinou esta farra, associado aos fundos de pensão das empresas e bancos públicos. Frente à burguesia petista, J.J. Abdalla, o famoso mau patrão, seria considerado um exemplo de honorabilidade e eficiência.

A política de energia ficou restrita à manipulação dos preços dos combustíveis fornecidos pela Petrobras. Enquanto diversos países estão alterando a matriz energética, o Brasil ficou restrito ao petróleo e apostando na exploração do pré-sal, que poderá se transformar em uma grande armadilha econômica para o futuro do país.

A desindustrialização foi evidente. Nos últimos três anos o país continuou sem uma eficaz política industrial. Permaneceu dependente da matriz exportadora neocolonial, que gerou bons saldos na balança comercial, porém desperdiçando bilhões de reais que poderiam ser agregados ao valor das mercadorias exportadas.

O Ministério da Defesa sumiu do noticiário. Celso Amorim, tão falante quando estava à frente do ministério das Relações Exteriores, é uma espécie de titular fantasma. Pior, continuamos sem política de defesa, e as Forças Armadas estão muito distante do cumprimento das suas atribuições constitucionais. Sem recursos, sem treinamento, sem equipamento — sempre aguardando o recebimento da última sucata descartada pelos europeus e americanos.

A equipe ministerial ajuda a explicar a mediocridade do governo. Quem se arriscaria citar o nome de cinco ministros? Quem é o ministro dos Portos? E o da Integração Nacional? Alguém sabe quem é o ministro da Agricultura?

A presidente recebeu o governo com 38 ministérios. Não satisfeita com o inchaço administrativo, criou mais: o da micro e pequena empresa, tão inexpressivo que sequer possui um site.

Se as realizações do triênio são pífias, é inegável a eficiência da máquina de propaganda. O DIP petista deixou seu homônimo varguista no chinelo. De uma hora para outra, segundo o governo, o Brasil passou a ter mais 20 milhões de pessoas na classe média. Como? Tal movimento é impossível de ter ocorrido em tão curto espaço de tempo e, mais importante, com uma taxa de crescimento medíocre. Mas a repetição do “feito” transformou a fantasia estatística em realidade econômica.


Dilma Rousseff encerra seu triênio governamental melancolicamente. Em 2012, o crescimento médio mundial foi de 3,2% e o dos países emergentes de 5,1%. E o Brasil? A taxa de crescimento não estava correta. A “gerentona” exigiu a revisão dos cálculos. O PIB não cresceu 0,9%. O número correto é 1%! Fantástico.”

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