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segunda-feira, 30 de abril de 2018

O Dia do Trabalhador, Dilma Roussef e Bruna Lombardi (**)




Por Zé Carlos

Que semana, hein!? Foi a semana do Dia do Trabalhador, onde os políticos trabalharam mais do que os próprios trabalhadores. Isto sempre acontece e por um motivo óbvio. Em nosso mundo sobrevivemos vendendo coisas, mesmo que pensemos que não as vendemos. O comerciante vende suas mercadorias, os trabalhadores vendem sua força de trabalho (e muitas vezes vendem o próprio corpo para ser visto ou usado), os papas vendiam indulgências e agora vendem Roma, e os políticos vendem palavras a todos que os mantém depositando um papel em uma urna de tempos em tempos.

E como não poderia deixar de ser, no dia dedicado ao trabalhador, lá estavam os políticos vendilhões, nos fazendo rir, através do filme do UOL, que resume nossa hilariante semana.

E tudo começou com o pronunciamento da presidente, véspera do Dia do Trabalho para comunicar coisas importantíssimas em benefício dos trabalhadores. Deu-me a impressão de que tínhamos um novo comandante em nosso país tropical e bonito por natureza. Quando eu descobri que ela está há quase quatro anos no poder e diz ser a continuidade do governo do presidente honorário, o Lula, quase bolei no chão de tanto rir. Parecia até que ela não governou e nunca fez nada, afinal, está tudo por fazer. E ri mais ainda enquanto ela detalhava o que estava fazendo e o que iria fazer.

Segundo ela tudo está sobre controle no Brasil, inclusive a inflação. Quando fui ao supermercado no outro dia e vi que minha inflação particular havia sido de 10% na semana, não tive alternativa, para não chorar: Ria feito um louco diante das gôndolas (é isto mesmo?) do supermercado, querendo me tornar um fiscal do Sarney. O povo, que comprava e que também reclamava, achou que eu era louco. Eu nem liguei, melhor um louco risonho do que um burro triste.

Aliás, quem ainda pode dizer que o discurso da presidente foi um ato oficial de chefe da nação num dia importante? Aquilo foi um comício e tenho certeza que por baixo do seu penteado impecável corria um fio com um fone cujo som imitava uma claque batendo palmas. Ela talvez tenha se sentido mais à vontade, porque nos últimos tempos, depois que ela começou a derreter nas pesquisas, em suas aparições públicas, só vaias são ouvidas. Minto. De vez em quando são ouvidos gritos de: “Volta Lula!”.

Eu penso que do jeito que vai a coisa, dentro de pouco tempo, mesmo eu, que votei em Lula uma vez, vou esconder este fato, para não dizerem que eu sou culpado pelo que está ocorrendo hoje no Brasil. Eu votei em Lula em 1989, em plena e majestosa Londres, para não votar em Collor, que não conhecia. Hoje o Lula se assina Lulla, para imitar o companheiro das Alagoas, que, no filme critica o presidente do STF, porque este tribunal o absolveu. Não tem jeito, para não morrer de rir, só tomando banho com Bruna Lombardi, para economizar água. Dizem até que agora os paulistas estão emigrando para o Nordeste, fugindo da seca em São Paulo. A diferença é que a Baleia, que eles puxarão, é da raça poodle. Risos em profusão.

E eu só não morri mesmo de tanto rir, porque o filme não trouxe alguns fatos que ocorreram nesta semana trabalhosa para os políticos. O José Genoíno voltou para a Papuda. Não vi em canto nenhum sua entrada triunfal naquela casa onde seus colegas são privilegiados. Será que levantou o braço com o punho cerrado, ou, pela sua doença, já não pode? Depois vi que uma comissão de deputados foi verificar as condições de vida dos presos de lá, flagrando o Zé Dirceu em pleno deleite vendo um jogo numa televisão de plasma, depois de tomar um banho numa ducha Corona (marca registrada). Como deve ter saído na cartilha do PT, que foi lançada recentemente para orientar os militantes como proceder para reeleger a Dilma, parafraseando o George Orwell (*), com os Sete Mandamentos da bicharada:

1. Qualquer coisa que mostre os malfeitos do governo é inimigo.
2. Qualquer coisa que elogie o Lula e os mensaleiros, ou pague bem o dízimo ao partido é amigo.
3. Nenhum petista usará roupas de grife.
4. Nenhum petista dormirá de touca.  
5. Nenhum petista beberá álcool, seguindo o exemplo do mestre, agora.
6. Nenhum petista matará outro petista.
7. Todos os petistas são iguais.

E como sempre, quando se chega ao poder, ainda todos tem que seguir os mandamentos, embora como dizem os porcos que chegaram ao poder no livro do autor citado: “Todos são iguais, mas, existem alguns mais iguais que os outros”. E haja risos.

Eu acho que já estou me estendendo demais, além do filme, mas, quem manda o filme vir incompleto? O importante é que riamos com nosso país de uma forma saudável e ordeira como está ocorrendo em nossas cidades. Há quase uma competição para ver qual é a gang que incendeia mais ônibus nos protestos. Aqui em Recife, resolveram não incendiá-los, só depredá-los em dia de jogos de futebol. E se resvala para o humor negro. Alguém resolveu usar, como arma de guerra entre torcidas, um vaso sanitário. Contive-me do riso pela morte do torcedor, mas, se a moda pega, vão competir para ver qual é o vaso mais fedorento. Pelo menos que usem penicos. Penicos não matam.

Que semana, hein?! Quero parar e não consigo. Vocês viram que já há estudos acadêmicos procurando demonstrar a relação entre reeleição da Dilma e a Bolsa de Valores? Pelo jeito nem a presidente gosta dos mercados nem os mercados gostam da presidente. Então não tem outro jeito, como fui economista um dia, só posso aconselhar que comprem ações da Petrobrás, antes da próxima pesquisa, pois com 99% de certeza, a Dilma cairá. E para não dizerem que sou elitista, aconselho a aqueles que terão 10% de aumento no Bolsa Família que apliquem o aumento na Bolsa de Valores. No final, todos estaremos numa grande bolsa.

Agora pararei, mas, não sem antes falar sobre o episódio dos haitianos que estão sendo exportados do Acre para São Paulo. Onde será o Haiti? Caetano Veloso dizia que o "Haiti é aqui!". Parece que ele estava certo.

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(*) Revolução dos Bichos. Os Sete Mandamentos originais são:

1. Qualquer coisa que ande sobre duas pernas é inimigo.
2. Qualquer coisa que ande sobre quatro pernas, ou tenha asas, é amigo.
3. Nenhum animal usará roupas.
4. Nenhum animal dormirá em cama.
5. Nenhum animal beberá álcool.
6. Nenhum animal matará outro animal.
7. Todos os animais são iguais.
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(**) Este texto foi publicado em maio de 2014 (aqui). Por falta de tempo e querendo homenagear o Dia do Trabalho amanhã, o estou republicando com dando uma editada básica.

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