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sexta-feira, 1 de julho de 2016

O aniversário do Plano Real




Por Zezinho de Caetés

Hoje deveria ser feriado nacional. O dia 1 de julho deveria ser comemorado tal qual o 4 de julho nos Estados Unidos. Foi neste dia que nasceu o Plano Real sendo o ano de nossa liberdade dos grilhões inflacionários.

Eu não tentarei aqui fazer história, pois o Pedro Malan o faz, como citado no texto abaixo transcrito, da Míriam Leitão, no O Globo, e que vai além do valor supremo de termos depois de séculos uma “moeda” que se poderia chamar de moeda, que era o REAL.

Lembro apenas que eu não aguentava mais ficar esperando nas filas para comprar frangos, logo ao amanhecer, porque se perdesse a hora, o meu dinheirinho já não daria para comprar nem as penas. E lembro, este dinheirinho que hoje foi roubado pelo PT, pegando bigu no meu crédito consignado.

Quem não lembra da velha piada, que agora começa a ficar atual outra vez, de que o cliente chegava no restaurante, perguntava quanto era a comida e o garçom respondia: “Agora ou depois do almoço?”

E lembro ainda, que foi o PT, que desde 2006, quando se livrou das políticas econômicas do FHC, começou a levar o país ao não ter mais o que comemorar neste dia. Lula e Dilma começaram e quase terminaram com um dos nossos bens supremos que é a nossa moeda, desde que começaram a tentar resolver os problemas do país, procurando igualar chifre de boi e orelha de burro. No afã do projeto de poder infinito, levaram o país a esta catástrofe que o Temer está tentando resolver.

Reconheço que o presidente interino tem pisado na bola do ponto de vista econômico, apesar da excelente equipe, mas, o que fazer com a politicagem nacional, que aprendeu a viver das benesses do poder público? Vamos deixar o velhinho trabalhar, para, ao menos evitar um tragédia maior: A volta de Dilma, a ex-presidenta que está maluqueando a cada dia.

E eu espero que esta nova equipe econômica continue tentando trazer para os eixos a taxa de inflação, e que continuemos a comemorar o aniversário do Plano Real. Um Novo Real agora seria o fim da picada.

Mas, fiquem comemorando com a Mirian que vou verificar quantos a Lava Jato pegou hoje. A Dilma está em casa ainda? E o Lula?

“O real começou circular há exatamente 22 anos, quando em primeiro de julho de 1994 a URV se transformou em moeda. Para Pedro Malan, que presidia o Banco Central e foi ministro da Fazenda na consolidação do plano de estabilização, o país já consolidou os valores da inflação baixa e da inclusão. “Somos hoje mais intolerantes às discriminações”.

Malan explicou que o governo Dilma retomou o discurso de que um pouco mais de inflação não faria diferença. Para evitar o estouro da meta em 2014, os preços de energia elétrica e dos combustíveis ficaram artificialmente baixos e, por isso, os preços administrados subiram apenas 1,5%. Essa distorção foi corrigida com um tarifaço.

— Aquilo desancorou as expectativas de inflação e o 6,5% passou a ser um piso. Agora, o trabalho está sendo levar a inflação de volta à meta. Não consigo imaginar um governo que adote uma atitude complacente com a inflação e que não seja punido nas urnas.

Outro valor que “deitou raízes entre nós”, segundo Malan, foi o da inclusão social e busca de uma sociedade menos desigual.

— Também não vejo nenhum governo no futuro, seja qual for sua orientação política, que possa deixar de lado o objetivo de aumentar a igualdade de oportunidades. Nós adquirimos um grau mais alto de intolerância às discriminações. Isso é um valor.

Em entrevista que me concedeu ontem, na GloboNews, ele comentou outro avanço institucional que acontece nesse momento com a Operação Lava-Jato.

— A sociedade democrática preza as liberdades e a justiça. E um dos componentes da justiça é a igualdade perante a lei. Existem discussões sobre excessos da operação, mas neste caso o próprio poder os corrige.

Malan admite que a operação tem agregado um nível maior de incerteza ao país.

— Já vínhamos com enorme grau de incerteza na área econômica por outras razões. Na política já havia uma crise de representação e conflitos entre o Legislativo excessivamente fragmentado e o Executivo à deriva. A Lava-Jato veio adicionar um grau de incerteza ainda maior, mas temos que lidar com isso e estamos lidando. Tudo o que tem acontecido no país está sendo dentro das nossas balizas constitucionais. No Supremo, oito dos 11 ministros foram nomeados nos governos Lula e Dilma. Isso faz parte das dores de crescimento de uma democracia de massas.

As perspectivas econômicas, para Malan, apontam para a volta dos superávits fiscais apenas em 2019. Sobre o crescimento, lembra que “nenhuma economia cai indefinidamente”. Ele acredita que em 2017 o país terá um PIB positivo, ainda que pequeno.

— Não existem situações difíceis que não tenham opções de saída. A solução começa por chamar gente competente e isso foi feito. É possível que a gente encontre o nosso caminho, eu acredito muito no Brasil. Vamos sair dessa.

Definindo sempre a administração Temer como “um governo interino e que a partir de agosto pode deixar de ser”, Malan aprova as medidas anunciadas na área econômica, mas disse que vê com cautela o aumento de gastos.

— Para as circunstâncias, a decisão de estabelecer um teto foi correta. Melhor do que decidir no último dia do ano, ajustando o teto ao efetivamente realizado. Mas exige várias outras medidas. O teto obriga o governo — qualquer governo — a discutir a composição do gasto, definir prioridades e avaliar diferentes programas, analisando o custo-benefício de cada um. Será necessário também dar continuidade às reformas.

Para Malan, um valor que ainda não se firmou na sociedade brasileira foi o do equilíbrio fiscal. Recentemente, os governos petistas elevaram em cinco pontos percentuais do PIB as despesas e isso não pode ser revertido rapidamente.

Na avaliação dele, até abril de 2006, a política econômica do governo Lula não diferiu em nada da praticada pelo governo Fernando Henrique. A partir daí, começou o aumento de gastos. Quando veio a crise de 2008, a aposta foi dobrada. As políticas para evitar a recessão foram entendidas como uma licença para continuar ampliando as despesas. No governo Dilma houve “perda total de controle com subsídios e desonerações e a continuidade das apostas. Tudo era possível porque desejável”.


O Brasil, segundo Malan, “tem um lado moderno e um lado anacrônico”. E sua esperança é que o lado moderno prevaleça sobre o anacrônico.”

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