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segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Lula esteve em Recife?




“Os pixulecos de Lula

Por Mary Zaidan

Pronto. Não há mais dúvidas: José Sarney e Renan Calheiros são essenciais para o sucesso de um governo. Essa foi a mensagem do ex Lula em entrevista a emissoras de rádio de Pernambuco, ponto de parada de sua caravana de campanha pelo Nordeste. Alegria pura para o neolulista Renan, acossado por 13 inquéritos e réu em um deles.

No Recife, sem qualquer pudor de exibir a sua farsa, Lula convocou a esquerda para eleger mais deputados, incluindo aí o PCdoB, o PSOL, o PSTU e “a esquerda do PMDB”.

Renan, um dos algozes da presidente deposta Dilma Rousseff, pupila de Lula, se imagina líder dessa facção opositora ao impopular peemedebista Michel Temer, a quem jurou lealdade na solenidade de posse com um inesquecível “tamo juntos”.

Ao se reaproximar de Lula, o senador alagoano apenas repete o seu conhecido drible. Não para definir a partida, mas para se manter na área de quem paga mais ou tem alguma chance de vencer a peleja.

Foi o principal líder de Fernando Collor e abandonou o chefe pouco antes do impeachment. Aderiu a Fernando Henrique Cardoso, assumindo o Ministério da Justiça, para desespero do então governador de São Paulo, Mario Covas, a quem o camaleão Calheiros jamais enganou. De FHC para Lula foi um pulo. Manteve-se fiel também a Dilma até que a popularidade dela despencou.

Batalhou pelo expurgo da afilhada de Lula, mas, sendo Renan, teve protagonismo na esdrúxula decisão inconstitucional de manter os direitos políticos da presidente afastada.

Em um átimo saltou para Temer; agora para os braços de Lula. E, se a tese colar, assume a liderança anti-Temer com a charmosa nomenclatura de “esquerda do PMDB”, adorno criado por Lula, expert em utilizar o verbete esquerda e dele se beneficiar.

O mais incrível é não haver qualquer reação dos reais ideólogos de esquerda – se é que eles ainda existem – à banalização não só do vocábulo, mas do pensamento que se imaginava liberto e progressista.

Desde sempre Lula conferiu à esquerda os significados que desejou e os mais apropriados para cada momento, usando-a a seu bem prazer, sem que isso causasse qualquer estranheza.

Embora reincidente – colocou-se ao lado de Paulo Maluf para eleger Fernando Haddad prefeito de São Paulo e associou-se a Collor --, vê-lo hoje, sem a desculpa da “governabilidade”, incluir Sarney e avalizar Renan entre os peemedebistas de esquerda ainda na fase de pré-campanha desafia até o mais criativo dos surrealistas.

Ainda que possa surtir efeito futuro – o que é duvidoso - a tática de afago agride a sua própria turma.

Em um só lance Lula desagradou fiéis e aliados do Nordeste e fora dele. Em Alagoas, virou fiador do grupo de Renan, odiado pelos petistas e pela “esquerda” que o ex diz querer atrair. Em Pernambuco, conseguiu atiçar a rivalidade entre o PSB e o PT. E no Maranhão, onde a caravana ainda não chegou, já causa desconforto ao time do governador Flávio Dino (PCdoB), que se elegeu em oposição ao clã Sarney.

Acostumado com o sorriso da sorte, desta vez Lula deu azar. Na sexta-feira, mesmo dia em que acariciou publicamente Sarney e Renan, os dois foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República, (Renan pela 14ª vez), obrigando o ex à incômoda comparação de ambos a ele – “se eu quero pra mim a inocência até que se prove o contrário eu tenho que querer para os outros também”.

Com discurso batido, repetitivo, cuja atratividade depende quase que exclusivamente de arroubos verbais, Lula tem feito enorme esforço para reinventar sua liderança de massas, hoje reduzida a grupos de fiéis, anos-luz de distância das multidões que já teve a seus pés, que imaginara e gostaria de reeditar.

Enquanto tenta, Lula – réu em cinco ações penais e condenado em uma delas – iguala-se aos seus: estufa os egos de gente como Sarney e Renan, mais palatáveis como pixulecos infláveis do que como representantes do povo.”

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AGD comenta:

Não chegarei ao ponto de dizer que não sabia que o Lula estava em Recife. Vi ontem, pelas redes sociais a chegada do ônibus que o trouxe para um hotel de luxo lá em Boa Viagem, acompanhados pelos mesmos, Humberto Costa, João Paulo e outros menos salientes.

No entanto, fiquei esperando que as outras mídias divulgassem sua presença, pelo menos as que tenho acesso. Porém, houve um silencia magistral sobre a “ilustre” visita. Eu imaginei, alguns anos atrás, no auge do petista o rebuliço que não seria a presença do chefe.

Hoje não. Ninguém registe a 6 processos e quase 10 anos de condenação, mesmo entre os pobres e mal informados. No texto acima a Mary mostra a que o Lula chegou. Cativar Renan e Sarney para não ir preso e dizer que eles são da esquerda do PMDB. Meu Deus, como desceram ambos, o Lula e o PMDB.

Classificar o Sarney de esquerda ou de direita é o mesmo que querer classificar de preto e branco um bando de vacas holandesas, misturadas com zebu. Não dá para ser preciso. O homem já foi de tudo e mais um pouco nos últimos 50 anos. A única forma de classificar o Sarney é pelo corte do jaquetão que permanece igual até hoje, com aqueles bolsos enormes, onde cabem de tudo.

E o Renan, com suas dezenas de processos, que mostra apenas por cálculos probabilísticos que ele será condenado em pelo menos 3, para seguir a média do Brasil, é o novo aliado de Lula em Alagoas. Ora, como conciliar a esquerda de Heloisa Helena com a esquerda de Renan? Só se for dentro de um melado de açúcar em algum engenho das redondezas.

E abrimos nova semana, como se dizia lá me Bom Conselho, sem eira nem beira, o que só vim a entender quando estudei um pouco das construções holandesas em Olinda. Mas, o significado é simples: Estamos num mato sem cachorros, e dependemos só de nós.

Pelo menos, a julgar pelo público da caravana de Lula, a maioria da população já percebeu isto, não comparecendo a ela. E, espero, com a decisão de comparecer às manifestações apoiando a Lava Jato e às urnas dizendo não a quem está envolvido com ela.

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