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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Depois do carnaval Temer poderá ficar com as cinzas...




Por Zezinho de Caetés

Estamos nos despedindo de vocês até depois do carnaval. Não escreveremois muito para nos poupar para as ladeiras de Olinda. Pensamos até não escrever hoje. Mas, depois que lemos o texto do Ricardo Noblat, em seu Blog, que nos chamou logo a atenção pelo título: “O governo Temer subiu no telhado”, resolvemos fazer este curto nariz de cera.

Quem nos acompanha sabe que rezamos o tempo todo para que o Temer termine seu mandato tampão, conseguido por obra e graça das mazelas perpetradas pela incompetenta Dilma, e não por golpe como alardeado pelos petistas de plantão. Seria o melhor para que tudo ficasse mais calmo e pudéssemos votar em 2018 e fazer uma renovação do Congresso de 99,9%, mais ou menos.

Entretanto, o que se avoluma de suspeita sobre o PMDB como companheiro de lambanças mil, perpetradas pelo PT, já estão se avolumando tanto que já pensamos na escolha de um presidente pelo Congresso. Sim, poderemos ter eleições indiretas, e perguntamos, o que será de nós, além do Temer?

Mas, agora os deixamos com o Noblat pois não podemos escrever mais, pensando na Pitombeira e no Elefante de Olinda. Um bom carnaval para todos.

Para o presidente Michel Temer, a quarta-feira de cinzas chegou antes do carnaval. A Igreja Católica trata a quarta-feira de cinzas como um dia para lembrar a fragilidade da vida humana, sujeita à morte.

Temer está em ótima forma física. Quanto à saúde do seu governo, ela passou a inspirar sérios cuidados desde que o advogado José Yunes depôs à Procuradoria-Geral da República no último dia 14, em Brasília.

Amigo de Temer há mais de 40 anos, assessor especial dele na presidência da República, Yunes pediu demissão do cargo em dezembro passado depois de ter seu nome citado na delação de executivos da Odebrecht.

Foi a propósito disso que ele se ofereceu espontaneamente para depor. O que contou, gravado em vídeo, compromete Eliseu Padilha, ministro-chefe da Casa Civil, e deixa Temer muito mal.

Segundo Cláudio Melo Filho, ex-vice-presidente da Odebrecht, em 2014, depois de um pedido pessoal de Temer a Marcelo Odebrecht, a empresa repassou R$ 10 milhões a pessoas da confiança do então vice-­presidente.

O repasse foi em dinheiro vivo. Do total, de acordo com a delação, R$ 6 milhões irrigaram a campanha de Paulo Skaf, na época candidato do PMDB ao governo de São Paulo.

O pagamento do restante foi realizado “via Eliseu Padilha”, e um dos endereços de entrega do dinheiro teria sido o do escritório de advocacia de  Yunes, no centro da capital paulista.

A revista VEJA revelou o caso em agosto do ano passado. Temer e Padilha disseram que houve um pedido de doação legal, realizada nos termos da lei eleitoral. Melo Filho manteve a versão de que foi repasse de propina.

Esta semana, em entrevista que a VEJA divulgou ontem à noite no seu site, Yunes reforçou a versão de Melo Filho. “Fui mula involuntária”, declarou, apresentando-se como um inocente útil nas mãos de Padilha.

De acordo com Yunes, Padilha entrou em contato para solicitar-lhe um favor em setembro de 2014, mês em que, segundo o delator da Odebrecht, parte da fatura dos 10 milhões de reais foi quitada. Fala, Yunes:

- Padilha me ligou falando: ‘Yunes, olha, eu poderia pedir para que uma pessoa deixasse um documento em seu escritório? Depois, outra pessoa vai pegar’. Eu disse que podia, porque tenho uma relação de partido e convivência política com ele.”

Horas depois, Yunes estava em seu escritório de advocacia em São Paulo quando, segundo ele, a secretária informou que “um tal de Lúcio” estava ali para deixar um documento.

- A pessoa se identificou como Lúcio Funaro. Era um sujeito falante e tal. Ele me disse: ‘Estamos trabalhando com os deputados. Estamos financiando 140 deputados’. Fiquei até assustado. Aí ele continuou: ‘Porque vamos fazer o Eduardo presidente da Casa’. Em seguida, perguntei a ele: ‘Que Eduardo?’. Ele me respondeu: ‘Eduardo Cunha’.

Só então caiu a ficha para Yunes. Funaro era ligado ao Eduardo Cunha. “Eu não sabia. Fui pesquisar no Google quem era Lúcio Funaro e vi a ficha dele”, relembra Yunes.

Preso pela Lava-Jato, Lúcio Bolonha Funaro, doleiro, fazia negócios para Cunha, hoje preso em Curitiba. A conversa entre Funaro e Yunes foi breve. Eis o relato de Yunes.

- Ele deixou o documento e foi embora. Não era um pacote grande. Mas não me lembro. Foi tudo tão rápido. Parecia um documento com um pouco mais de espessura. Mas não dava para saber o que tinha ali dentro. Depois disso, fui almoçar. Aí, veio a outra pessoa e levou o documento que estava com a minha secretária.

De acordo com a delação de Claudio Melo, um dos pagamentos destinados a Padilha “ocorreu entre 10 de agosto e o fim de setembro de 2014 na rua Capitão Francisco Padilha, 90, Jardim Europa”.

O endereço é a sede do escritório de advocacia José Yunes e Associados. A sala de Yunes fica localizada no 2º andar.  O que mais Yunes revelou à VEJA:

- A delação do Claudio Melo fala que recebi R$ 4 milhões. Cá entre nós, R$ 4 milhões não caberiam num pacote, né? O que o Lúcio deixou foi um pacotinho. Não era um pacote grande. Foi tudo tão rápido. Parecia um documento com um pouco mais de espessura.

Na conversa entre Yunes e a VEJA, deu-se o seguinte diálogo:

- O ministro Eliseu Padilha diz que a história narrada pelo delator da Odebrecht jamais existiu. O que o senhor tem a dizer?

- Cada um com os seus valores (…). Tenho um apreço até pelo Padilha, porque ele ajuda muito o presidente. Mas não teria problema nenhum ele reconhecer que ligou para mim para entregar um documento, o que é verdade. Vamos ver o que ele vai falar. Estou louco para saber o que ele vai falar. Ele é uma boa figura. Mas, nesse caso, fiquei meio frustrado. Não sei. É tão simplório. É estranho, não é?

À VEJA, Padilha afirmou que não conhece Funaro. E que nada pediu a ele.

Em novembro, já preso, Cunha listou 41 perguntas a serem feitas a Temer, arrolado como sua testemunha de defesa. Entre as questões, estas: “Qual a relação de Vossa Excelência com o senhor José Yunes? O senhor José Yunes recebeu alguma contribuição de campanha para alguma eleição de Vossa Excelência ou do PMDB?”.

Temer ainda não respondeu às perguntas.

Ontem à noite, procurado pelo repórter Guilherme Amado, do blog do jornalista Lauro Jardim, de O GLOBO, Yunes acrescentou que Temer sabia que Padilha o havia usado como “uma mula”.

- Contei tudo ao presidente em 2014. O meu amigo (Temer) sabe que é verdade isso. Ele não foi falar com o Padilha. O meu amigo reagiu com aquela serenidade de sempre (risos).

Yunes reuniu-se com Temer ontem à tarde no Palácio do Planalto. Não se sabe sobre o que conversaram. Mas àquela altura, Yunes já sabia que a VEJA publicaria sua entrevista na edição que, hoje, estará nas bancas.

O estrago que a entrevista causará na imagem do governo será muito grande. Por mais que Temer tenha dito que só afastará do cargo o ministro que tenha sido denunciado pela Procuradoria Geral da República ao Supremo Tribunal Federal, a situação de Padilha se tornará insustentável.

Se ele não agir com rapidez livrando-se desde logo de Padilha, sua própria situação deverá ser duramente afetada.


Afinal, segundo Yunes, Temer foi informado por ele há mais de dois anos sobre como tudo se passou, não procurou Padilha para tratar do assunto e o nomeou ministro depois que assumiu a vaga da ex-presidente Dilma Rousseff.”

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Estamos pagando a conta de luz da Janete




Por Zezinho de Caetés

Alguém ainda lembra a queda na conta da energia elétrica em 2012, decretada pela ex-presidenta incompetenta Dilma Roussef? Ah, nós lembramos. Fomos à feira e compramos uma torradeira elétrica. Pois, sabem que estamos com vontade de vende-la agora?

Pois é, estamos pagando a conta da energia que a Dilma não pagou. Como já se sabe a incompententa não quer mais nem ser chamada pelo nome de batismo. Agora, ela é a Janete, faxineira dela própria. É compreensível que assim seja, pois se ela estivesse vivendo em um país onde tivesse um ditador de plantão ela já estaria presa, por crime contra a economia popular.

Transcrevo abaixo o texto da Míriam Leitão que entra nos detalhes da burrada feita por Janete em 2012, mexendo nos preços da energia de forma artificial e sem nexo. O texto é do O Globo e ela, a Míriam, o chama de “Choque persistente”, para mostrar que ainda não estamos livres, e pagando pelos erros da Janete.

Nós, como já dissemos várias vezes, fizemos um curso de Economia tempos atrás, e nem nos lembramos muito de tudo que aprendemos. Mas, lembramos sua principal lição: Não há almoço grátis, nem mesmo de capim, para dar a quem cometeu aquela burrada. E a estamos pagando até agora.

Mas, se só fosse isto, talvez estivéssemos melhor de vida. No entanto, a ideia persistente, de Lula e do PT, no passado, no presente e no futuro, para ficarem com o poder foram além de darem energia barata. Eles querem dar o paraíso aos pobres, que continuariam pobres, mas, ricos.

Esta é a eterna contradição das esquerdas. Tudo bem que se tentasse nivelar por baixo como fizeram todos os socialismos reais e que todos ficassem no mesmo patamar de riqueza ou pobreza. No entanto, isto sempre ocorreu com o surgimento de uma casta de dirigentes de vida nababesca, como Fidel, aquele ditador coreano que não sei escrever o nome, e outros.

Mesmo na China que hoje é um dos maiores países capitalistas do mundo, ainda mantém uma classe dirigente que finge comandar o país e se diz socialista em respeito a Mao-Tse-Tung, e o grosso da população que vive no capitalismo e gasta o fruto do seu trabalho como turistas nos países capitalistas.

No entanto, o tema hoje é a nossa conta de energia que vai encarecer mais ainda. Tem alguém aí querendo comprar uma torradeira elétrica?  Fiquem com a Míriam.

“A conta da eletricidade criada pela política da ex-presidente Dilma conseguiu a façanha de ser um passivo que precisa ser pago várias vezes. A mesma conta persegue o consumidor ano após ano. O erro daquela redução artificial das tarifas decretada em 2012 provocou o tarifaço, despesas para o Tesouro, crise econômica e reaparece como passivo das empresas de transmissão de energia.

O custo agora será de R$ 62 bilhões, mas em 2015 o país já pagou a mesma conta da desastrada intervenção nos preços de energia feita pela ex-presidente através do enorme reajuste das tarifas que ficou na média em 51%, mas chegou, em algumas cidades, aos níveis de 70%.

A conta de energia elétrica dos consumidores residenciais, hoje, é 33% mais cara do que antes de a presidente Dilma intervir no setor em 2012. Isso, levando-se em consideração a queda de 10% no ano passado, fruto da recessão econômica, que fez despencar o consumo, permitindo a revisão das bandeiras.

A MP 579 ficará para a história como o exemplo perfeito do que não fazer. O primeiro erro foi misturar política com decisões econômicas e baixar preços para usar como moeda eleitoral. Dilma gravou o comunicado ao país sobre a queda dos preços tendo ao seu lado o marqueteiro João Santana. Não era ano eleitoral, mas o plano era preparar uma peça publicitária.

Outro erro foi tomar a decisão de reduzir as tarifas sem olhar a situação do setor, e as previsões hidrológicas. O país estava entrando num período de estiagem, os preços dispararam, as empresas estavam expostas ao mercado livre, e literalmente quebraram. Para reequilibrar financeiramente as distribuidoras, o governo liberou socorro do Tesouro e depois determinou que elas se endividassem no mercado bancário tendo como garantia o compromisso da agência reguladora de que o custo daquela dívida seria repassado às contas. E foi o que aconteceu em 2015, quando o preço disparou. A crise havia chegado em um ponto tal que, se as tarifas não fossem corrigidas, as empresas de distribuição iriam à bancarrota.

Depois foi a vez de as geradoras quererem também se ressarcir dos prejuízos da 579 e agora chegou a hora de pagar as perdas das empresas de transmissão. Esses R$ 62 bilhões que serão, de novo, tirados dos consumidores são, portanto, a terceira vez que esse fantasma reaparece no orçamento do brasileiro. Desse total, R$ 35 bilhões são o custo de ter adiado a solução. As indenizações às empresas deveriam ter começado em 2013, mas foram postergadas pela ex-presidente. A cobrança desse valor na conta de luz será dividida em oito anos. Em 2017 serão R$ 10,8 bilhões, mas outras parcelas desse valor serão cobradas nos anos seguintes. Isso quer dizer que um erro cometido em 2012 permanecerá pesando sobre o país até 2025.

A conta foi paga também indiretamente e de várias outras formas. A inflação subiu e espalhou custos para toda a economia. A disparada dos preços acabou fazendo parte da tempestade perfeita que jogou o PIB brasileiro no buraco do qual ainda não saiu. Os juros tiveram que ser elevados, aumentando o custo da dívida pública. O setor deixou de investir por longo tempo porque muitas empresas estavam com graves desequilíbrios financeiros.

Segundo o diretor-técnico da consultoria PSR, Bernardo Bezerra, há risco de aparecerem mais dois esqueletos. As geradoras dizem que querem receber por ativos não depreciados, e as distribuidoras apresentaram mais uma conta. Dizem que o consumo caiu, por causa da crise e dos erros da MP 579, e isso as deixou sobrecontratadas, o que no jargão elétrico quer dizer que fizeram contratos para entregar mais energia do que foi consumida. O país corre outro risco que é essa MP virar agora a desculpa para todo o tipo de desequilíbrio. Até aqui, a conta das empresas era real. O perigo é virar desculpa.


Tentando fazer um contrafactual: o que teria acontecido no país se em vez de João Santana ao seu lado, com a sua suposta esperteza — a mesma que o levou à prisão — ela tivesse um bom especialista em energia? Ele poderia ter dito que ela não fizesse o que fez. Se assim fosse, provavelmente, muito da atual crise teria sido evitado.”

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

A sabatina do Alexandre de Moraes e a suruba do Jucá...




Por Zezinho de Caetés

E o fato político de ontem foi a sabatina do Alexandre de Moraes, sim, aquele que já assumiu tantos cargos na Segurança Pública e no Judiciário que, se um dia receber ordem de prisão, recusará as algemas, citando mil e um artigos do código penal, para comover o policial.

Nós, como já dissemos mil e uma vezes, não entendemos quase nada de juridiquês. Mas, sempre fomos curiosos no assunto. E quando vimos o Carequinha da Justiça não se enrolar e nem piscar nas respostas às perguntas. Ficamos maravilhados.

Somente hoje, quando vamos ler a mídia é que podemos notar que os analistas dizem: “Os senadores fingiam que perguntavam e o sabatinado fingia que respondia”, com o faz o Ricardo Noblat em texto transcrito lá embaixo, no qual o título já diz tudo: “Alexandre de Moraes vai para o abraço”. O senador Jucá diria que vai para a suruba, como explicamos lá embaixo também.

Enquanto nós, a maioria ignorante come pelas beiradas, os ecos da justiça. Foram mais de 10 horas de sabatina, e não vi nem uma vez o sabatinado nem levantar para fazer xixi. Talvez ele tenha ido na hora em que eu tentava comer. Já os senadores, quando a câmera passava os olhos pelo plenário eu só via a Gleisi Hoffman. Será que ela nem xixi faz? Desculpem aqueles que são tão machistas que pensam que mulheres não tem essas necessidades.

É muita dureza ser sabatinado do Senado. Se não fosse pela certeza que todos têm dos resultados, talvez não aguentassem. Dizem que nos Estados Unidos, de onde tentamos, e com razão, copiar tudo, menos a Constituição, há sabatinas que duram meses. Mas, lá, há casos onde o sabatinado pede para fazer xixi e sai sem atingir o posto pretendido. Aqui não. Sabatinou, aprovou! Mesmo sem fazer xixi.

Foram, segundo as folhas, 19 votos a favor e 7 contra, e a Gleisi Hoffman não votou, porque se considerou impedida. Nem fui procurar saber porque ela se considerou impedida. Fico supondo que ela estava com a bexiga muito cheia. E hoje, está marcada uma sessão do Senado às 11 horas, para sacramentar o nome do Alexandre de Moraes. Alguém duvida do resultado?

Tenho certeza que o senador Romero Jucá, sim aquele que até hoje tenta explicar o que é “sangria”, quando ele se referiu à Lava Jato, não tem a menor dúvida. Ele deve pensar que o nome do sabatinado será aprovado porque numa “suruba” tudo é possível, literalmente.

Pois é, meus senhores e minhas senhoras, ao abordar a questão do “foro privilegiado” que é aquela instituição brasileira que permite que “alguns homens seja mais iguais do que os outros”, como os porcos da revolução dos bichos do George Orwell, o senador Jucá, íntimo da Lava Jato, comparou este instituto a uma suruba. Nós já sabíamos o significado desta palavra do Houaiss que diz:

Suruba: 1) muito bom, excelente, capaz (um trabalhador); 2) namoro escandaloso; 3) porrete grande, cacete; 4) sexo grupal; surubada.

Fizeram um alarde danado com o senador, dizendo que ele havia sido um chulo, quando na realidade ele foi apenas um suruba que achou que o suruba da Lava Jato vinha em sua direção. Ou seja, pelo Houaiss, o Jucá foi um excelente trabalhador que está com medo do porrete da Lava Jato.

Agora, para aqueles que tem a cabeça suja e que veem o mal em tudo, o que o senador disse era que o “foro privilegiado” é uma verdadeira suruba, nisto concordamos com ele, até quando ele diz que os julgadores devem cair for dela também, se querem ser coerentes.

Mas, hoje tem a votação no Senado, onde não esperem que se vá bater no Alexandre de Moraes com suruba nenhuma. Aquilo lá é um antro de surubas, segundo o Houaiss. Agora fiquem com o Noblat para pequenos detalhes.

“A Companhia do Teatro Insano da Praça dos Três Poderes dará, hoje, por finda a curta temporada da peça “Tome lá o meu voto, mas jamais se esqueça de mim”.

O ex-ministro da Justiça Alexandre de Moraes, indicado para suceder Teori Zavaski no Supremo Tribunal Federal, foi personagem importante da peça, mas não foi o principal.

O protagonismo coube ao Senado – ontem, à Comissão de Constituição e Justiça integrada por 27 senadores, 13 deles investigados pela Lava Jato; hoje, ao plenário com um total de 81 senadores.

Coube à Comissão sabatinar Alexandre – e o fez por mais de 10 horas. Caberá ao plenário aprovar a indicação em definitivo. É o que fará para que o novo ministro tome posse na primeira semana de março próximo.

O variado repertório da Companhia do Teatro Insano (etc. e tal...) inclui comédias de grande sucesso e tragédias que não deixam saudade. A peça que sairá, hoje, de cartaz não foi uma coisa nem outra.

O enredo foi o mesmo das outras vezes em que esteve em jogo a aprovação de um nome para a mais alta corte de Justiça do país: os senadores fingiram que perguntavam; o indicado fingiu que respondia.

Pergunta alguma, resposta alguma mudou na Comissão voto algum. Como os eventuais debates que serão travados no plenário não mudarão coisa alguma.

Alexandre driblou as poucas perguntas que poderiam lhe criar algum tipo de embaraço, e os autores das perguntas se deram por satisfeitos. A oposição fez de conta que se opôs. O governo limitou-se a apoiar.

Bem treinado, seguro da aprovação ao seu nome depois de ter visitado previamente os 81 senadores à caça de votos, Alexandre tergiversou à vontade, repetiu platitudes e não se comprometeu com nada.

Em troca, e como de costume em situações semelhantes, os senadores esperam apenas contar com a simpatia do novo ministro sempre que enfrentarem dificuldades no âmbito da Justiça.


O Senado que aprova é o mesmo que acolhe ou rejeita pedidos de impeachment contra ministros de tribunais superiores. Nenhum deles, até hoje, perdeu a toga por conta de algum pedido.”

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

A morte do PT. Humberto Costa pega na alça do caixão




Por Zezinho de Caetés

E mais uma semana começa. Pelo menos para nós que só começamos às terças-feiras. Mesmo assim não menos alegre do que no final de semana com a confissão do Humberto Costa de que o PT morreu, que ainda repercute no meio político.

Ontem, vi o Senador Cristovão Buarque falando da tribuna do Senado, do gesto de coragem do nosso senador. Ele dourou um pouco a pílula, mas, vá lá, nós concordamos que foi um gesto de coragem, mas, daqueles em que você está no meio de uma selva, perdido, e aparece um leão querendo lhe comer, e você, apenas usa o que tem à mão para mata-lo.

No fundo, no fundo, ele estava era se “borrando” de medo, e quando viu que não há mais chance para petista nenhum, pois será difícil, em 2018, alguém apertar o 13 na urna, ele agora quer que o PT peça perdão, pelos crimes que cometeu.

O Tarso Genro, lá do Rio Grande do Sul, também está nesta jogada de purificar o PT. Li até o que querem fazer com a ex-presidenta incompetenta, a Dilma, lançando-a como candidata a governadora do Estado. Pensamos que ele pensa que os gaúchos são burros. O mesmo pensaria Humberto se se candidatasse aqui a governador, aqui em Pernambuco. Purificar o PT é como querer transformar aquele petróleo com que Lula melou seus 9 dedos em água mineral.

Continuando com o Humberto Costa, o que ele disse na entrevista a Veja, já seria motivo para sua condução coercitiva para explicar à justiça quem foi que roubou no PT. Eu sei que ele diria que foi a Gleisi Hoffman ou o Lindberg Farias, mas, estes já estão mais encalacrados do que o Lula. Ele teria que levar até “selfies” dele afanando o erário junto com o Lula para que fosse beneficiado num acordo de delação premiada.

Pensamos que isto ainda não aconteceu porque a PF está sobrecarregada tentando mostrar que a Dilma, o Lula e o Mercandante quiseram obstruir o trabalho de justiça, naquele episódio em que a Dilma o nomeou Ministro da Casa Civil com o único objetivo de salvá-lo das garras do Sérgio Moro. Ainda me lembro da cena patética do Lula descendo uma rampa no Palácio do Planalto, com a cara de quem pensa: “Onde eu fui amarrar meu jegue!?”.

E estava lendo agora que esta história de usar a nomeação para ministro, e que agora o Temer usou com o Moreira Franco para se livrar das instâncias inferiores da justiça, usando a excrecência do Foro Privilegiado, não é nova não.

Conta-se que o Zé Dirceu foi visto, em priscas eras, quando ainda era o potentado da República, aos brados no Palácio do Planalto dizendo que o Henrique Meirelles deveria ter status de ministro, para pegar o foro. Como todos sabemos o Meirelles foi tão importante para o governo Lula quanto está sendo para o Temer agora. Fizeram a operação rapidinho e o Meirelles virou ministro.

Então hoje, quando você escutar um petista falando do caso Moreira “angorá” Franco, pergunte pelo Meirelles. No entanto, sabemos que o PT nunca primou pela coerência, e o Lula é o campeão das idas e vindas ideológicas, por motivos que fogem totalmente a princípios, nesta área.

Enfim, são tantas as emoções desta semana, que talvez o gesto do Humberto Costa seja esquecido, como soe acontecer neste país. Hoje, será a sabatina do Alexandre Moraes para ser nomeado ministro do STF. Imperdível. Dizem que o PT prepara milhares de dossiês para desqualificar o candidato. Mas, com que roupa este partido pode se opor a isto depois de terem nomeado o Toffoli?

Não quero dizer que nenhum dos dois sejam incapazes de assumir a cadeira do Teori Zavascki, mas, pelo menos, respeitemos os mortos com um pouquinho de coerência. Este é o PT que o Humberto quer. Com coerência e princípios e dizendo “mea culpa, mea culpa, mea maxima culpa!”, e deixar o Alexandre morrer pela boca, como sempre tentou.


Só para concluir, eu diria que, segundo o Humberto, o PT morreu e esqueceu de deitar. Vamos fazê-lo deitar em 2018, para o bem do Brasil. Pelo menos senador petista de Pernambuco será coisa do passado. E pelo que vemos de movimento de fuga no Senado, até 2018, só teremos no PT a Gleisi e o Lindberg. Não porque não queiram sair, mas, porque não tem para onde.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

A semana - Humberto Costa afunda o PT, Dilma volta à política e o Temer procura um ministro...




Por Zé Carlos

Ontem, fui ao cinema. Era minha atividade de lazer favorita. Agora ainda é, mas, se não tiver que sair de casa. E como os bons filmes já vêm prontos na Netflix e quejandos, substitutos naturais do Cine Rex lá em Bom Conselho ou do Cine São Luiz aqui em Recife, alguns leitores poderão me perguntar: “Por que então fostes ao cinema?" A resposta é muito simples e quase banal: Meus netos levaram-me.

E, confesso, o inusitado não foi ir ao cinema, e sim o filme que fui ver. Sustentem-se na poltrona: “LEGO BATMAN”. Sim, meus caros e caras, como diria nossa musa, a Dilma, o protagonista já foi muito meu conhecido tanto nas revistas em quadrinhos quanto nos cinemas: Batman, o homem morcego. Quem da minha idade consegue esquecer? No entanto, o que isto tem a ver com uma coluna humorística que trata de política, ou uma coluna política que trata de humor? O enredo do filme. Ao assisti-lo remeti-me ao Brasil de hoje, vendo aquelas pecinha do LEGO (que meus netos adoram), transformarem o Batman na Operação Lava Jato. Explico.

O enredo básico é que a cidade do Batman, onde ele atuava e atua como super-herói, conseguiu prender todos os bandidos, e o filme gira durante a crise depressiva do homem morcego porque não tem nada mais para fazer. Juro que pensei logo do sisudo Sérgio Moro quando ele prender todos os políticos corruptos, e sua crise depressiva a la Batman. Agora entendo porque o Lula ainda não foi preso, já que poderia muito bem ser o principal vilão o Coringa, do filme. Acho que o Moro está tentando adiar as prisões para evitar tomar antidepressivos, quando os bandidos se acabarem. No entanto, pelo jeito, a corrupção é tanta aqui no Brasil, que isto só poderá ocorrer lá pelo ano 2100, quando o juiz sisudo já for o tataraneto do Moro.

E, o pior é o desfecho do filme que deixaram meus netos alegríssimos e eu meio cabreiro. Para sair da depressão o Batman se torna amigo do Coringa e todos terminam numa boa, como disseram meu neto, divertindo a todos. Já pensaram aqui o sisudo Moro e o Lula dando-se as mãos e dizendo: “Você o cara camarada!”. Não. Seria demais até para esta coluna, pois poderia levar a óbito todos os nossos leitores.

Agora volto diretamente para a semana que passou e sem efeitos cinematográficos. Como sempre quase tudo gira em torno de Brasília, mesmo que a propina saia de Belo Monte, sim, aquela usina que gerou um belo monte de propina para o PT e PMDB. Dizem que havia um percentual fixo para distribuição da bufunfa entre os membros destes partidos, que era de 1%. As pessoas pensam que 1% é uma mixaria, mas o empreendimento que ainda poderia produzir propina se não fosse Batman, digo, Sérgio Moro, terminará, lá por 2019 e custará quase 30 bilhões de reais. Imaginem, quantos políticos ficariam ricos, se não fosse a Lava Jato, com módicos 1%.

E agora, a maior piada deste nosso país, entre as tantas que ele produz semanalmente é  que o PT quer resurgir como  um partido que congregue apenas os “puros”, ou seja, aqueles que não foram citados nas várias relações de corrupção que todos os dias aparecem. Até o nosso Humberto Costa, sim aquele ministro da saúde que se encrencou tanto quando exercia o cargo que resolveram tirá-lo e colocá-lo como líder do PT no Senado, finalmente admitiu a uma revista semanal, que o PT tirou uma casquinha do roubo perpetrado através do processo eleitoral, e que serviu para o enriquecimento de tantos. Quando perguntado se no governo petista houve ou não corrupção ele declarou:

“Houve. Houve pessoas que podem ter se beneficiado pessoalmente? Claro. No nosso caso [o do PT], as coisas que até agora têm sido identificadas foram feitas dentro de uma linha de fortalecer a política do partido. Foram feitas com o propósito de manter o poder e de fortalecer o PT. Nesse processo, perdemos as referências.”

Ou seja, ele já avançou em relação a Lula, que nunca soube de nada, e da Dilma que não tinha mesmo condições de saber de nada, pois sua missão maior na presidência foi produzir humor para esta coluna. O PT roubou, mas, roubou por uma causa nobre, tal qual um Robin Hood, às avessas, que tira dos pobres para dar aos políticos ricos. Então riam e riam muito com uma piada do início do século passado: Tudo pela revolução! Só o sisudo do Sérgio Moro os fez perder as referências.

E pensam que terminou? Qual nada! O Tarso Genro que se considera um “puro” de coração petista já está esperando a aprovação do Partido Raiz da Luiza Erundina. Dizem que, para manter o nacionalismo tão característico das esquerdas no país, o nome seria Partido Raiz de Mandioca, mas, descobriram que já tinha havido um escândalo com este nome, e ficou só como Raiz. Mesmo assim não pode ser o PR porque esta sigla já tem dono entre os 820 partidos brasileiros (uns 35 existentes e os mais de 700 sendo criados). A proposta até a agora é chamá-lo de PARIZ,  que é a cidade para onde todos da esquerda querem ir em caso de fuga. Afinal de contas ninguém sabe para onde o jato d’água da Lava Jato correrá daqui para frente.

E uma grande notícia vinda esta semana foi a declaração de nossa Musa, a Dilma, de que vai se candidatar outra vez, agora para deputada ou senadora. Com sua verve humorística, que sustentou nossos leitores aqui por meses a fio, só temos a agradecer a ela a colaboração, que atualmente não tem sido muita porque ela só faz shows em espanhol e, infelizmente, de nossos 16 leitores, só um entende Dismanhol, sua nova língua. Atualmente, ela está lendo o Raduan Nassar, um escritor brasileiro que se tornou conhecido agora por ter dito que o governo Temer é golpista, e o Roberto Freira tenha contestado o que ele disse. Dizem que depois do affair entre os dois os livros dele aumentaram as vendas em 2 exemplares, um para Dilma e outro para o Lula, que agora, resolveu fazer o Art. 99, para entrar numa universidade das que ele criou, para evitar se encontrar com o Eike em Bangu. Então preparam-se caros leitores que a Dilma está voltando. Como senadora ou como deputada? Isto nem ela mesmo sabe, mas, o importante é que ela estará de volta a esta coluna. Vejam o que ela respondeu ao entrevistador que colheu esta notícia preciosa para o humor:

“Eu não serei candidata a presidente da República, se é essa a sua pergunta. Agora, atividade política nunca vou deixar de fazer (…) Eu não afasto a possibilidade de me candidatar para esse tipo de cargo: senadora, deputada, esses cargos”.

Viram, além de tudo é modesta. Não quer mais se candidatar a presidente da República. Esta é a nossa Dilma. Que venha como Senadora, de preferência no lugar da Gleisi Hoffman, ou se não tiver preconceito de gênero, substituindo nosso Humberto Costa, que lhe cederia a vaga com prazer. Afinal de contas, ele já estará no PARIZ (Partido Raiz) por aquelas datas.

Fiquei pasmo foi que o ditado que sempre era repetido lá em Bom Conselho de que “o que menos esperamos é o que vemos”, é que foi o STF o grande piadista da semana. Primeiro, decidiu, através de um dos seus ministros que o Moreira Franco poderia ficar tranquilo no posto de ministro porque sua situação foi muito diferente do que foi decidido antes por outro ministro de que o Lula não poderia ser ministro. Lembram deste último caso, que foram motivos de boas gargalhadas de nossos leitores, quando a Dilma, nossa musa, nomeou Lula ministro para fugir do sisudo Sérgio Moro, através do Bessias? Pois, o Lula agora quer seu ministério de volta pela contradição humorística de nossa Suprema Corte. Ele pergunta, se o Moreira pode, por que não eu? Eu penso que é por causa daquela brincadeira de gato e rato. O Moreira é o angorá e o Lula... Deixa prá lá. Todavia, que é hilário isto é. E não se contentando com o grau de hilariedade todos os ministros do STF decidiram que preso que se sentir mal devido ao aperto nas prisões pode pedir indenização ao governo. Eu quando li isto, já sabia que poderia perder alguns leitores por embolia hilariante. Alguns alegaram que os doentes do SUS poderiam entrar na justiça, além das vítimas dos assaltos, etc. Isto seria o caos. Já pensou se pudéssemos exigir que o governo funcione neste país? Só em pensar isto na situação em que vivemos, já é motivo de riso.

E a pergunta que não pode calar é: E o Temer, o que fez em favor do riso nesta semana? Suas aparições públicas têm sido para tentar salvar o seu ministério, que, dizem, deve igualar o número dos seus ministros demitidos do governo de Dilma pegos nas delações. O STF livrou o “angorá” que é o epíteto dado pelas planilhas corruptivas da Odebrecht ao Moreira Franco, mas, são tantos envolvidos que ele decidiu botar as barbas de molho. Sua preocupação na escolha de um Ministro da Justiça, mostra isto. São tantos os candidatos que ele parece ter decidido, igual ao STF, fazer um sorteio dos nomes. Dizem que mandou a Marcela segurar a sacolinha do bingo e o Michelzinho tirar a bolinha vencedora. Sabem quem saiu? O Sérgio Moro. Ele mandou a Marcela fechar a sacolinha e quase dá umas palmadas no Michelzinho. Seu candidato predileto deve ser o Jucá, sim, aquele que disse que a “sangria” tinha que ser estancada, e até hoje tenta explicar a origem do sangue. Ou seja, mesmo quando não faz nada o Temer nos faz rir. E como bastasse toda esta contribuição, reuniu a imprensa para um show intimista, no qual declarou que se alguém for só citada nas delações, não acontece nada, se for indiciado, ficará de molho, e se for denunciado será demitido. Justo, muito justo, justíssimo, se não soubéssemos que nossa Suprema Corte é mais lenta do que tartaruga no cio. É mais uma piada para honrar seu contrato com esta coluna. Está se tornando um pândego.


E termino por aqui, não por falta de notícias engraçadas e sim para manter os leitores vivos. Até a próxima semana.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Não há pirulito grátis. Vamos às ruas no dia 26/3...




Por Zezinho de Caetés

Está chegando o Carnaval e nada mais justo do que transcrever o texto do Hubert Alquéres (Blog do Noblat) que ele intitula de “Rasgaram a fantasia”. Leiam-no lá embaixo. Aqui, vamos só com um nariz de cera, tocando apenas um dos seus tópicos.

Ontem falamos neste espaço da importância da Operação Lava Jato para o Brasil. E não há dúvidas sobre isto, ao ponto de estarmos sendo convidados pelos bons movimentos sociais para irmos às ruas, no dia 26/03/2017, e dizemos: Abaixo quem não lava a jato!.

Não podemos ficar em casa, embora saibamos que serão tantas as reivindicações que não caberão em nossas mãos tantos os cartazes que deveríamos levar. Fim do Foro Privilegiado, Refoma da Previdência, Reforma Trabalhista, Reforma Tributária e tantas outras que são absolutamente necessárias para que o Brasil continue vivo, ou, pelo menos, continue fazendo parte do mundo civilizado.

Sabemos que mesmo sobre estes assuntos não há consenso, o que é razoável e salutar numa Democracia, mas, devemos ir às ruas sim, para mostrar que a sociedade brasileira ainda está viva. Tomemos o exemplo das Reformas. Ora, reformas são reformas e nada mais do que reformas, como diria a Dilma se pudesse aparecer na avenida.

Todos querem ficar com sua aposentadoria (e eu sou um deles), todos querem emprego (eu não sou mais um deles), todos querem que paguemos justos impostos. Tudo isto não seria motivo de comoção social se vivêssemos ainda no Paraíso, onde para ter tudo bastaria estirar a mão em direção à Divindade que nos deu. Caímos em desgraça e o que nos regula hoje é escassez e esta lúgubre ciência que é a Economia.

Sempre repito aqui que não há almoço grátis, apesar do Bolsa Família. Hoje não podemos mais nem falar que o ar que respiramos é grátis, e a água nem se fala. Os professores de Economia tem dificuldades de dar exemplos do que sejam bem livres. E alguns políticos até podem perguntar, e o erário? Pois parece para eles que lá é tudo livre, ou seja são viciados em dinheiro público.

No entanto, devemos ver que devemos escolher entre uma coisa e outra desde nossa infância. A resposta para qual o pirulito? não pode ser, os dois pirulitos, mas, aquele com que podemos arcar. O que podemos fazer é apenas encontrar pessoas que possam nos governar e nos ajudar a escolher o pirulito, mantendo nossa liberdade de escolha. Como vimos, o PT nos prometeu os dois, e passamos anos os lambendo para descobrir que só tínhamos direito a um, porque o outro era fruto de dívidas e enganação.

Só nos resta agora lutar para que possamos comer de forma mais eficiente o nosso pirulito, que foi mordido por muitos nos últimos anos, e exigirmos que a Lava Jato continue para termos de volta pelo menos uma parte do que foi comido com a corrupção.

E para isto, ir às ruas é fundamental. Estaremos lá no dei 26 de março com uma ideia na cabeça e um pirulito na mão, tendo muito cuidado com o Lobão.

Fiquem com o Hubert para outros assuntos que urgem no Brasil de hoje.

“A crise, por si só já suficientemente grave, está a um passo de se transformar em crise de autoridade.

Policiais militares em alguns estados do Brasil cruzam os braços, escondem-se sob as saias de suas mulheres, oficiais e soldados são revistados por paisanas para verificar se estão saindo dos quarteis com a farda escondida.

Nessa quebra de hierarquia e disciplina, alguns pulam o muro da guarnição ou são transportados de helicóptero para burlar os piquetes.

No mundo real, 140 pessoas foram assassinadas no Espírito Santo, piquetes se espalharam para os quarteis do Pará e do Rio de Janeiro. Indefesa, a população vive dias de terror e sofre as consequências da incúria governamental.

Como se não tivesse nada com isso e vivesse em universo paralelo, o mundo da política rasgou a fantasia.  Entrou em ritmo carnavalesco frenético, com nítido propósito de auto blindagem e de abafar a Lava-jato.

Enquanto a nação, horrorizada, tomava ciência dos assassinatos por atacado no Espírito Santo, parlamentares tramavam a aprovação em regime de urgência de uma lei de anistia para os partidos que subtrairia poderes de punição da Justiça Eleitoral.

Dois dias depois, a sabatina training numa chalana gourmet foi mais uma clara evidência de que Brasília perdeu inteiramente o senso de medida e a compostura nesses dias pré-carnavalescos.

Tanto assim que o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, confessou sem a menor cerimônia que o “notável” Ricardo Barros foi nomeado ministro da Saúde depois do Partido Popular garantir que “todos os votos do partido” ficarim a favor do governo, num toma lá dá cá explícito.

A marchinha “A criminalização da política” cantada pelo senador Edison Lobão, novo presidente da Comissão de Constituição e Justiça é de deixar pasmo qualquer folião.

Na sua letra há protestos contra a “tirania” da lava-jato que “se transformou num inquérito universal”, contra a “perseguição aos políticos”, contra a delação premiada, e a favor da defesa da anistia a caixa dois e da lei do abuso de autoridade.

Lobão não é do bloco “do eu sozinho”, ao contrário.

No mesmo compasso vai o nome dos sonhos do PMDB para o Ministério da Justiça, o deputado Rodrigo Pacheco, um crítico radical ao poder investigativo do Ministério Público.
Capitaneado pelo PMDB, o cordão Unidos pelo Patrimonialismo é suprapartidário, vai do PT ao PSDB, da base governista à oposição.

Face a aversão da sociedade ao ritmo atravessado dessa bateria, o presidente Michel Temer procurou se distanciar do bloco dos sujos e malvados, afirmando solenemente que no seu governo não haverá blindagem.

Na leitura cor de rosa, sua decisão de afastar temporariamente ministros formalmente denunciados e transformar o afastamento em definitivo quando eles virarem réus, é um sinal positivo.

Na leitura mais realista, aprofunda a blindagem, pois aposta na morosidade da justiça que tende a ser soterrada pelo ritmo dos acontecimentos. Como dizia Ulysses Guimarães, sua excelência o fato, costuma falar mais alto. E ele tem nome e RG: delações da Odebrecht.

O presidente é prisioneiro das próprias contradições do seu mundo, daí o seu comportamento pendular.

De um lado, dá passos que alimentam às desconfianças da sociedade, como no episódio Moreira Franco e na própria escolha de Alexandre de Moraes para o Supremo. De outro, tem tido a sensibilidade de recuar quando a pressão da sociedade se faz mais forte.  Foi assim nas demissões de Romero Jucá e Geddel Viera Lima.

Como o mundo da política vem exagerando na farra, Michel Temer deve fazer novo movimento para refrear sua voracidade. Dificilmente a pretensão do deputado Rodrigo Pacheco vai dar samba.

O presidente tem fortes vínculos com o cordão dos patrimonialistas, a quem deve solidariedade, mas é, antes de tudo, um político pragmático.


Está de olho no dia 26 de março. Teme a força das multidões, prontas para botar o bloco na rua.”

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Lula à frente nas pesquisas. O que um velório não faz...




Por Zezinho de Caetés

Nós, que gostamos de política e fazemos comentários sobre, não podemos nos queixar por falta de assunto, hoje. Se eles são relevantes ou não é outra coisa. Mas, o que pode ser relevante num governo que durará um ano e meio?

Se o Temer tivesse sido eleito em eleições normais (como presidente, pois como vice, ele o foi e esta história de “golpe” nem o PT acredita mais, a não ser Senadora Fátima Bezerra porque não aprendeu ainda outra palavra), com, pelo menos 4 anos pela frente, ele ainda estaria naquela coisa dos 100 dias, nos quais não faz outra coisa do que se escolher ministros igual ao Trump (cada povo tem a tragédia que merece).

Felizmente, o Temer só tem pouco mais de um ano. E por que dizemos isto? Simples, pois se não fosse assim quem teria este tempo seria a incompetenta Dilma. Por falar nela, a última vez que a vi estava no velório da Marisa Letícia, aplaudindo o showmício de Lula. Mas, felizmente também, porque temos um tempo de reflexão para saber o que é que temos para enfrentar 2018.

Já lemos ontem que, numa pesquisa de intenção de votos, o Lula ganha de todos os candidatos se a eleição fosse no dia de realização da pesquisa. E quem seriam os remanescentes na tal pesquisa? Os mesmos de sempre, com a inclusão do Bolsonaro, que, apesar não sabemos quem disse a ele quem tem capacidade para ser presidente. Talvez, tenha sido os mesmos que orientaram o Collor. O discurso de ambos era a caça a bandidos. Um saiu como bandido e ainda está enrolado. O Bolsonaro é uma pura vestal. Acreditem se quiser.

Temos a Marina. Meu Deus do céu. Será que alguém, em sã consciência poderia pensar que a Marina teria o mínimo de condições de assumir a presidência, sem o risco de sair alguns meses depois? Primeiro pelo seu ranço petista enrustido e segundo porque não tem estofo para cargo. Ela seria melhor como guru de consulta lá na Granja do Torto ou mesmo como representante da Natura.

Aí vem o Ciro “Boca Suja” Gomes, que continua o mesmo. Agora, a única diferença é que é ele ou Lula, e já começou a meter chumbo grosso no meu conterrâneo. Sabemos que até lá um dos dois cai fora. Todavia, é mais certo o Lula sair levado pelo Sérgio Moro, Curitiba abaixo. Talvez o Ciro não resista ao comando do Lupi, sim, aquele que dizia amar a Dilma e agora ama o Ciro, na promiscuidade política deste país.

E, pasmem, o Aécio Neves ainda aparece como cotado embora numa posição indecente para quem quase foi o presidente, não o sendo apenas pelo estelionato eleitoral da chapa Dilma/Temer, que está sendo julgado pelos tribunais. Coitado do herdeiro do Tancredo, que deve estar se contorcendo no túmulo com os achados da Lava Jato.

Aliás, de vez em quando pensamos se houvesse uma Lava Jato na época de Tancredo, se seria maior ou menor do que a operação atual. Talvez fosse até maior, mas, talvez tivéssemos nos livrado do Maluf, que ainda sobrevive, e pode até aparecer em alguma pesquisa por aí. Como dizia minha amiga Lucinha Peixoto: Cruzes!

E na referida pesquisa aparecem até um bando de loucos num total de 3,7% que votariam no Michel Temer. Para vocês verem como anda o eleitor brasileiro. Não que o Temer seja dos piores, pelo menos até aqui, mas poderia manter o PT vivo com a lenga-lenga do “golpe”, por mais alguns anos.

Entretanto, o que mais nos alarmou foi que o Lula teve um percentual de 30,5%. Para nós uma tragédia, palatável e crível apenas por isto vale apenas para o período de realização das pesquisas, que coincide com o da doença, funerais e comício fúnebre de Lula de Dona Marisa Letícia.

Ora, dirão os céticos e petistas, mas, vai parar o tempo para fazer uma pesquisa? Claro que não, mas, em seus resultados devem ser enfatizados todos os fatores que podem comprometer a veracidade e importância dos seus resultados. O que esperamos é que não morra ninguém da família de Lula lá por setembro de 2018, se ele conseguir ser candidato. A tragédia poderia ser pior ainda.

Eu, agora falando na egoísta primeira pessoa, não tenho ainda candidato para o próximo ano, pois acredito naquela história das “nuvens” do Magalhães Pinto, se não me falha a memória. Lá elas podem estar totalmente diferentes, ou haja até mesmo um céu de brigadeiro. Tudo pode acontecer, menos uma coisa, pelo que se vê hoje: O PT ganhar outra vez! E digo isto apenas pensando que no Brasil há seres vivos além de jumentos (que me perdoe o tão criticado animal).


quarta-feira, 15 de fevereiro de 2017

PATRIMÔNIO DE UMA CIDADE


Bom Conselho - PE


Por José Antônio Taveira Belo / Zetinho


Toda cidade tem uma história e suas estórias, aquela transmitindo seus feitos, suas datas, seu passado cheio daquele vigor cívico que enobrece, orgulha e glorifica o presente; essas inebriando, entusiasmando, sensibilizando no presente o passado, vinda através das tradições e das lendas. Ali é uma praça, um monumento, uma ruina, uma igreja, uma casa, uma rua. Aqui uma figura, um folguedo, um canto, uma dança, um uso de costume, tudo isso, porém forma um conjunto de conhecimentos e de saudades em uma cidade. Há pairando sobre tudo isso o tempo. Ele é responsável pela história. E ele sua medida no contexto vivencial. A cidade é feita de sonhos e desejos. Sonhos e desejos que, um dia, se tornarão recordações, se incorporarão aos inúmeros labirintos da memória das pessoas. É assim a cidade a moradia dos homens. E Bom Conselho não fica atrás. A cada dia a cidade vem sofrendo a delapidação do seu patrimônio, rasgando um passado que cresceu e poderia ser conservado para as gerações que advir, mas sofremos a cada dia um desprezo pelo patrimônio cultural que guarda a valioso sentimento dos seus antepassados. Leio com tristeza e lamentação na edição da À GAZETA nº 425 de 16 a 31/01/2017 página 07, e vejo a foto da destruição do Bangalô de Luisinha Correntão, que já fora delapidado com a construção de um prédio horrível vermelho, já destoando o lugar. Aquele bangalô na minha infância brinquei muito nos seus terraços, corredores e salas mal iluminadas trazendo medo para as crianças correndo de um lado para outro se esquivando dos espinhos dos “bem casados” florzinha vermelhinhas. Em 1950 aquele lugar foi de expectativa para nós crianças, pois a minha querida mãe Nedi estava para “dar a luz” e nos mandou para o bangalô de Luisinha para esperarmos a cegonha passar por cima do telhado até a nossa casa na Rua do Caborje e ali ficamos até ao meio dia, quando fomos avisados da chegada da nossa irmã Ana. Olhamos um para outro e ficamos sem ver a “cegonha” passar pelo lindo céu azul e um sol abrasador naquele dia 09 de o outubro. Ali, também à tarde no terraço, sob o sol se pondo, o Tenente Caçula sentado com o chapéu cinza, paletó, guarda chuva preto e de óculos de grau “fundo de garrafa” com Luisinha, observando as pessoas que circulava na Praça Lívio Machado, com a sua estátua que retirassem para fazer uma rodoviária, infelizmente ainda hoje é falada e rejeitada pelos moradores.  Naquele terraço costumava Luizinha receber as suas amigas para o bate papo e o chá da tarde e recordar os bons momentos vividos e avivar os pensamentos, encerrando muitas das vezes com a hora do Ângelus tocado no auto falante na Praça Pedro II.  Os patrimônios da cidade vão desaparecendo em cada governo municipal, que não atenta para esta cena. Quantos prédios e residências não foram destruídos nestas últimas décadas? Eu enumerarei alguns da minha infância que por sorte ainda alcancei, se não somente veria através de fotografias cinza como o nosso povo o vê hoje. O Cinema Rex, edifício antigo que embelezava a todos quem ia até o Corredor, com os seus cartazes cinematográfico, para aqueles sentir a programação da semana; derrubado para fazer um mercado público de carne, que hoje não representa nada de acordo com alguns anuncio na nossa querida A GAZETA; o Correto brincava muito quando descia pela Rua das Aguas Belas, para visitar as casas de minha Tia Maria, mãe de Geraldo e Hélio Belo, e das Tias Joana e Maria Eugenia, destruíram. A Bomba de Querosene Jacaré instalada em frente da casa de Tenorinho, destruído, não sei existe alguma fotografia; a Praça Pedro II, bonita como era no meu tempo com os seus canteiros coloridos e rosas vermelhas e amarelas e margaridas branquinhas e com as suas palmeiras imperiais, destruíram para fazer uma nova praça que de nada é bonita como a que existia; No Alto do Colégio um posto de gasolina tomou a ali um monumento. Tantas e tantas outras casas no “quadro” que deveriam permanecer na sua originalidade, como existe em outros lugares que preservam a beleza do passado da cidade. Cidades como Ouro Preto, Mariana, São João Del-Rei no Estado das Minas Gerais; Paraty e Petrópolis no Rio de Janeiro, Olinda o seu sitio histórico, Pelourinho em Salvador e tantas outras que conservam o seu patrimônio histórico que encontra os turistas que ali se alojam e se encontram em passeios pela paisagem existente. Onde se encontra a Secretaria de Patrimônio Histórico da Prefeitura de Bom Conselho, se existe, para conter estas aberrações, ainda tardia. Existe ainda em nossa cidade patrimônio que devem ser preservados e que se não tomar providencias breve cairão, como está acontecendo com o Bangalô de Luisinha Correntão, um patrimônio que deveria ser preservado. Vejamos alguns que poderão ser atingidos por esta ganancia de modernidade. O bangalô do Coronel José Abílio, este eu acredito que ninguém mexerá, pois o Coronel é capaz de ressuscitará e lutar para que se preserve o seu lugar donde dali velava a nossa cidade; A casa de Doutor Raul Camboim, na Rua Aguas Belas.  Outra bela casa que ostenta a beleza arquitetônica de tempos idos. O Ginásio São Geraldo quase foi destruído, pois houve movimento para isto; O Grupo Mestre Laurindo Seabra, onde muitos aprenderam as primeiras letras e hoje dão testemunho do aprendizado em vários lugares do nosso Brasil; A antiga cadeia pública, onde pode ser instalado um centro de artesanato para os nossos artesões. O casarão onde funcionava a GAZETA, outro imóvel antigo. Vamos guardar a memória do antepassado em nossa cidade e não tentar destruir o que ainda existe. 

terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

A volta do Bolsa Família e o "mecanismo"




Por Zezinho de Caetés

Acordamos nestes dias já esperando notícias piores do que as do dia anterior. E na política, fora o pronunciamento bisonho do Temer de que com ele vai ser “dureza”, e se a Lava Jato colocar qualquer ministro na rota da corrupção, primeiro, não acontece nada se for apenas uma citação, segundo, vai descansar em casa, e sem tornozeleira eletrônica se for indiciado, e terceira se o cara se tornar réu, será demitido, não houve nada.

Lembremos que se a Dilma tivesse feito esta “regra de corte” o Bessias não teria nem sido acionado no caso de Lula. Aliás, seria ótimo que o Temer com a base política que o Sérgio Moro deu a ele, transformasse isto em Lei, em relação à presidência da república, pois nos livraria de ver o Lula com esta estória idiota de se candidatar em 2018. Esta conversa, dizem, que quando ele começa a contar, os bois do Brasil inteiro caem no sono.

E saio da política para entrar na história que acabei de ler na imprensa. Li a manchete: “Brasil terá pelo menos 2,5 milhões de ‘novos pobres’”. A curiosidade pode matar ou esclarecer e fomos observar o que seriam os “novos pobres”. E o texto tenta esclarecer que foi o Banco Mundial, sim, aquele banco que nunca entra em crise porque não é banco, que disse serem eles, os “novos pobres” no Brasil, aqueles que deixaram de ser pobres até 2015 e que agora voltaram a sê-los.

E o grande problema é que eles vão agora correr atrás do Bolsa Família, que elegeu o PT por muitas vezes e que serviu como massa de manobra de todos os governantes (tem as exceções, é claro) neste país abençoado por Deus e, agora, feio pelo que restou dos governos ditos progressistas.

Pois é, agora temos os novos pobres para o Temer lidar com eles, e já se pensa em aumentar o orçamento do Bolsa Família, para gáudio dos atravessadores de votos na interiorização deste país. Será que além de termos perdido mais de 12 milhões de postos de trabalho com o PT, também perdemos a criatividade? Parece que sim.

Bater na tecla do Bolsa Família é uma solução que só leva à manutenção do “mecanismo” de que fala o cineasta José Padilha em texto publicado no último domingo no O Globo (“Operação Lava Jato”), e que transcrevemos lá embaixo.

Nós não advogamos aqui a supressão total do programa Bolsa Famíia, de repente, pois, como previmos eu e o Luis Gonzaga há muito tempo, ele já viciou um monte de nossos cidadãos. E, pelo que está se vendo, não foram só os pobres que foram viciados, e sim, grande parte dos políticos que não podem se eleger sem ele.

Quando vejo o Lula, falando para as nações amigas, lá no estrangeiro, dizer que a solução do Brasil é tentar trazer de volta o pobre para o mercado de trabalho através de crédito fácil e “esmolas” governamentais, depois do resultado que estamos colhendo de quando ele fez isto, junto com a ex-presidenta incompetenta Dilma, temos vontade de chorar.

Para nós não há solução para a pobreza seja ela nova ou velha, a não ser, fazendo todos crescerem juntos com base na produtividade de todos. E isto só pode ser alcançado quando o Estado inchado que temos, começar a tomar anti-inflamatório com um bom programa de privatização e abertura ao capital estrangeiro. E isto, já digo era e é um programa de longo prazo, como os economistas dizem.

Se no longo prazo estivermos todos mortos como profetizava o Keynes, não foi por causa da diminuição do Estado e sim por causa de nossa incompetência em eleger pessoas que pensem nos seus filhos e netos e não só no que comer amanhã.

Dizem que hoje existem mais de 12 milhões de pessoas desempregadas, nossa indústria voltou aos níveis do século passado, a agricultura ainda faz procissão para chover, e o comércio fecha as portas até no Natal. Mas, não temos mais pobres como antigamente, a mendigar pelas ruas. Quem sabe, agora voltarão os novos pobres a fazer o mesmo de forma mais sofisticada? Espero que não seja entrando nas lojas, quando a polícia estiver em greve.

O que precisamos mesmo é um choque de capitalismo, mesmo que seja selvagem, na Economia e liberalismo na política, para mostrar que o brasileiro, como indivíduo tem o seu valor. Basta não o iludir com promessas de saídas coletivistas que já botou tantos países para baixo. Se isto só for possível a longo prazo, mesmo assim será melhor do que o nunca do Bolsa Família e Estado patrão.

Fiquem agora com o texto do José Padilha que mostra, talvez, a causa primeira, de ainda estar se falando em Bolsa Família no país que, segundo o Lula, havia acabado com o miséria: “O Mecanismo”.  Vamos desarmá-lo em 2018? (sou otimista e acho que ainda chegaremos lá).


“1)Na base do sistema político brasileiro opera um mecanismo de exploração da sociedade por quadrilhas formadas por fornecedores do estado e grandes partidos políticos. (Em meu ultimo artigo, intitulado Desobediência Civil, descrevi como este mecanismo exploratório opera. Adiante me refiro a ele apenas como “o mecanismo”.)

2) O mecanismo opera em todas as esferas do setor público: no legislativo, no executivo, no governo federal, nos estados e nos municípios.

3) No executivo ele opera via o superfaturamento de obras e de serviços prestados ao estado e as empresas estatais.

4) No legislativo ele opera via a formulação de legislações que dão vantagens indevidas a grupos empresariais dispostos a pagar por elas.

5) O mecanismo existe a revelia da ideologia.

6) O mecanismo viabilizou a eleição de todos os governos brasileiros desde a retomada das eleições diretas, sejam eles de esquerda ou de direita.

7) Foi o mecanismo quem elegeu o PMDB, o DEM, o PSDB e o PT. Foi o mecanismo quem elegeu José Sarney, Fernando Collor de Mello, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e Michel Temer.

8) No sistema político brasileiro a ideologia está limitada pelo mecanismo: ela pode balizar politicas públicas, mas somente quando estas políticas não interferem com o funcionamento do mecanismo.

9) O mecanismo opera uma seleção: políticos que não aderem a ele tem poucos recursos para fazer campanhas eleitorais e raramente são eleitos.

10) A seleção operada pelo mecanismo é ética e moral: políticos que tem valores incompatíveis com a corrupção tendem a serem eliminados do sistema politico brasileiro pelo mecanismo.

11) O mecanismo impõe uma barreira para a entrada de pessoas inteligentes e honestas na política nacional, posto que as pessoas inteligentes entendem como ele funciona e as pessoas honestas não o aceitam.

12) A maioria dos políticos brasileiros tem baixos padrões morais e éticos. (Não se sabe se isto decorre do mecanismo, ou se o mecanismo decorre disto. Sabe-se, todavia, que na vigência do mecanismo este sempre será o caso.)

13) A administração pública brasileira se constitui a partir de acordos relativos a repartição dos recursos desviados pelo mecanismo.

14) Um político que chega ao poder pode fazer mudanças administrativas no país, mas somente quando estas mudanças não colocam em cheque o funcionamento do mecanismo.

15) Um político honesto que porventura chegue ao poder e tente fazer mudanças administrativas e legais que vão contra o mecanismo terá contra ele a maioria dos membros da sua classe.

16) A eficiência e a transparência estão em contradição com o mecanismo.

17) Resulta daí que na vigência do mecanismo o estado brasileiro jamais poderá ser eficiente no controle dos gastos públicos.

18) As políticas econômicas e as práticas administrativas que levam ao crescimento econômico sustentável são, portanto, incompatíveis com o mecanismo, que tende a gerar um estado cronicamente deficitário.

19) Embora o mecanismo não possa conviver com um estado eficiente, ele também não pode deixar o estado falir. Se o estado falir o mecanismo morre.

20) A combinação destes dois fatores faz com que a economia brasileira tenha períodos de crescimento baixos, seguidos de crise fiscal, seguidos ajustes que visam conter os gastos públicos, seguidos de novos períodos de crescimento baixo, seguidos de nova crise fiscal...

21) Como as leis são feitas por congressistas corruptos, e os magistrados das cortes superiores são indicados por políticos eleitos pelo mecanismo, é natural que tanto a lei quanto os magistrados das instâncias superiores tendam a ser lenientes com a corrupção. (Pense no foro privilegiado. Pense no fato de que apesar de mais de 500 parlamentares terem sido investigados pelo STF desde 1998, a primeira condenação só tenha ocorrido em 2010.)

22) A operação Lava-Jato só foi possível por causa de uma conjunção improvável de fatores: um governo extremamente incompetente e fragilizado diante da derrocada econômica que causou, uma bobeada do parlamento que não percebeu que a legislação que operacionalizou a delação premiada era incompatível com o mecanismo, e o fato de que uma investigação potencialmente explosiva caiu nas mãos de uma equipe de investigadores, procuradores e de juízes rígida, competente e com bastante sorte.

23) Não é certo que a Lava-Jato vai promover o desmonte do mecanismo. As forças politicas e jurídicas contrárias são significativas.

24) O Brasil atual esta sendo administrado por um grupo de políticos especializados em operar o mecanismo, e que quer mantêlo funcionando.

25) O desmonte definitivo do mecanismo é mais importante para o Brasil do que a estabilidade econômica de curto prazo.

26) Sem forte mobilização popular é improvável que a Lava-Jato promova o desmonte do mecanismo.


27) Se o desmonte do mecanismo não decorrer da Lava-Jato, os políticos vão alterar a lei, e o Brasil terá que conviver com o mecanismo por um longo tempo.”

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

A semana - A revolta dos "carros sujos", a mangueira da Lava Jato e a revolta das mulheres...




Por Zé Carlos

O Brasil está se tornando tão engraçado que ninguém tem que se esforçar mais para criar piadas, e para quem tenta fazê-lo, a realidade é uma grande concorrente. Senão vejamos.

Começando pelo começo, como faria o Conselheiro Acácio, logo no início da semana, o Senado juntou-se para escolher os membros da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). É uma comissão tão importante que tudo que se faz de importante por lá, pelo Senado, passa por ela. E o que se viu? Foi nomeado um Lobão para sua presidência. E dizem as melhores fontes, ele é um Lobo Mau, e que os porquinhos morrem de medo dele. E eu o vi declarando em entrevista que não se incomodava de ser chamado de Lobo Mau, pois tinha a consciência tranquila que não fez nada de errado. Ou seja, só comeu os porquinhos certos. E a própria Justiça, de horror, tirou a venda dos olhos quando descobriu que haviam nomeado um lobo para tomar conta do chiqueiro.

Até aí tudo bem, mas, como se sabe lá em Bom Conselho, que uma andorinha não é suficiente para impedir o sino de bater, pois caga pouco, nomearam para compor a CCJ, 10 senadores que estão enroscado com a Lava Jato, ou seja, são “carros sujos”, e alguns sujíssimos como o Renan, que dizem que tem tanta sujeira no carburador que nem mais pode ser ligado. O problema dos “carros sujos” é que odeiam água e vivem se escondendo da mangueira do lava jato do sisudo Sérgio Moro. Noticia-se que entre seus 27 membros titulares estão os seguintes senadores: Jader Barbalho (PMDB-PA), Valdir Raupp (PMDB-RO), Benedito de Lira (PP-AL) e Lindbergh Farias (PT-RJ). E entre os suplentes: Fernando Collor (PTC-AL), Renan Calheiros (PMDB-AL), Romero Jucá (PMDB-RR), Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Humberto Costa (PT-PE). Alguém já ouviu falar de algum destes? Pelo que me informam, se o Moro conseguisse segurá-los na Lava Jato, iria precisar mais do que uma mangueira, para limpá-los todos.

Eu não acredito que, a estas alturas, ainda tenha algum dos meus 17 leitores (soube esta semana que entrou mais um de Garanhuns no time) vivo. Todavia, eu sou mais otimista do que o Zezinho de Caetés (agora meu concorrente no humor) e conto algumas coisas que a turma do “carro sujo” diz do lavador de carros, o sisudo Moro:

 “Sérgio Moro foi treinado nos Estados Unidos pelo FBI” (Marilena Chauí)

A Marilena Chauí, como se sabe é fanzoca da série televisiva House of Cards, sua maior fonte de informação, igual ao autor da seguinte pérola:

Ambos [Moro e Janot] atuaram e atuam com órgãos dos Estados Unidos, abertamente, contra as empresas brasileiras, atacando a indústria bélica nacional.” (Luiz Alberto de Vianna Moniz Bandeira)

Além disto há aqueles como o advogado do nosso colaborador maior, o Lula, que pediu descanso desta coluna esta semana devido às exéquias de sua esposa que diz:

 “O inquérito não tem como intenção esclarecer os fatos e sim condenar o ex-presidente Lula.” (Cristiano Zanin Martins)

Sérgio Moro dorme e acorda pensando em prender o Lula” (Guilherme Boulos)

Lembram dele? É aquele que se sentindo entediado na classe média, depois do que disse dela a Marilena Chauí, resolver aderir ao proletariado. E outra:
Há uma perseguição sem precedentes ao ex-presidente Lula.” (Gleisi Hoffmann)

E por lembrar desta figura, a Gleisi agora é a Líder do PT no Senado. Ficou mais difícil ainda a mangueira do Moro atingi-la. Quem sabe a mangueira do Fachin não funcione rápido? Sonhar é livre, pelo menos até agora. E só para completar:

Vaidade, que merda é a vaidade. O que pode fazer com um homem até então sério!” (Roberto Requião)

Ou seja, só porque um homem resolve trabalhar num lava jato com seriedade, já começaram as discriminações. Vão comer alfafa!

Aliás, outro fato importante da semana, é que o Moro negou a saída de Eduardo Cunha, nosso ex-Cunhão e agora Cuinha, da cadeia, quando este pediu para diminuir o jato da mangueira pois estava sofrendo da mesma doença da esposa do Lula, Dona Marisa Letícia, que Deus a tenha. Moro, que é sisudo, porém, manuseia a mangueira de forma magistral, simplesmente disse:

"O aneurisma, embora lamentável, não impede a continuidade da prisão, sendo de se lembrar que o acusado se encontra recolhido exatamente no Complexo Médico Penal, no qual tem condições de receber os cuidados necessários a sua condição".

Vejam como é o Brasil, um preso quer ser solto para se tratar quando está preso num Complexo Médico. Se eu fosse o Moro o deixaria sair, mas somente se ele fosse para o SUS e não para o Sírio-Libanês.

Prosseguindo, as nomeações para CCJ, dizem, é tudo culpa do Temer. Apesar de dizerem que mesmo sendo um “carro sujo”, não pode entrar agora na Lava Jato, porque lava jato de presidente é na Granja do Torto, ele teme que alguns que o cercam sejam atingidos pela mangueira do Moro. Dizem que ele tem um “gatinho angorá” que a turma da Lava Jato está doida para pegar e dar um banho daqueles, todavia, tanto a Marcela quanto o Michelzinho o adoram e não querem ver o gato molhado. O que fez? Nomeou o gato ministro, repetindo o gesto tragicômico da nossa musa Janete, vulgo, Dilma, tempos atrás com o Lula. Lembram?

E agora, dizem também, que o Temer e sua turma de carros enferrujados não estão perdoando mais o Moro, com sua mangueira certeira, e querem porque querem destruir até o prédio onde funciona a Lava Jato. Então, o que tem surgido de “teorias da conspiração” fazem deste nosso país um verdadeiro picadeiro. Eu já ouvi até dizer que o Alexandre Moraes, que era Ministro da Justiça, e ainda se estar esperando alguma “justiça” feita por ele, o Temer vai colocar no lugar dele o Renan. Meu Deus, se isto acontecer eu passo a escrever esta coluna diariamente. Vai ser riso para levar o leitor a óbito.

No entanto, outros fatos aconteceram esta semana. Uns tristes e outros alegres, mas, no fundo, no fundo, todos com um grande potencial de humor. Vejam a situação do Espírito Santo, não, não a terceira pessoa da Santíssima Trindade que não tem nada a ver com isto, e sim o Estado da Federação, que se jactava de não ter tido nenhum motim nos seus presídios, para não ficar atrás em termos de humor, lá, quem fez motim foi a polícia. Com esta atitude morreram mais de 100 pessoas, mostrando que a ocasião faz o ladrão, e com a ausência de polícia nas ruas, não ficou um aparelho de TV nas lojas. Saíram mais do que no Natal. Este é o lado do humor negro, negríssimo. O humor mais verde amarelo veio quando se constatou que os PM não foram às ruas porque foram impedidos pelas esposas e familiares. Elas se postaram nos portões dos quartéis e ninguém passava. Podem rir, é verdade. Isto aconteceu, e o pior de tudo é que as mulheres de outros estados já estão fazendo o mesmo. Isto seria já motivo de riso mesmo num país do qual o  De Gualle não tivesse dito: “Este país não é um país sério!”. Ele deve ter dito isto no Carnaval, porém, tem outra coisa que dizem que ele disse: “Os homens só serão grandes, se estiverem realmente decididos a sê-lo”. E quando eu vi um Ministro da Defesa acuado pelas mulheres dos soldados, eu apenas descobri que aqui os homens e mulheres ainda não decidiram ser grandes. E que venha o bom riso apaziguador.

Esta semana foi publicado aqui no Blog um texto sobre filmes de faroeste. Eu achei tão bom que prometi a mim mesmo escrever algo, não com o mesmo brilhantismo, sobre este gênero, mas com a minha experiência cinematográfica, lá do Cine Rex, em Bom Conselho. Se fosse associar faroeste com o que se passa hoje no Brasil, o filme a comentar seria, talvez, “O homem que matou o facínora!”. Entretanto, e pegando leve, eu cito aqui apenas um filme que tem muito a ver com o Renan, hoje líder do PMDB no Senado, e que está “assim” com o Temer: “Investigação sobre um cidadão acima de qualquer suspeita”, com o (fui pegar na internet, para não pensarem que minha memória continua intacta) Gean Maria Volanté e Florinda Bolkan. Não é um filme de humor nem de faroeste, mas, sobre política, campo no qual, humor e brigas abundam. O protagonista da história consegue defender sua amante de um crime, se incriminando. E ninguém acredita nele. Quem iria suspeitar de um ex Ministro da Justiça? Vamos rir todos, pois já estou me estendendo demais e tem leitor que não gosta.

E para não passar em brancas nuvens, menos de um ano atrás eu escrevi um texto neste blog, intitulado “MEIO MILHÃO” de acessos, obrigado...” (aqui), onde ficava feliz por ter este blog ter alcançado 500 acessos. Hoje, fui lá no reloginho que marca estas coisas e em menos de um ano tivemos mais 100.000 acessos. Só tenho que agradecer outra vez, pois não sei se estarei vivo para comemorar o “MILHÃO”, ou a espiga inteira: Obrigado a todos e principalmente aos meus colaboradores fixos ou eventuais.


The End.