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quarta-feira, 31 de agosto de 2016

PT: Tchau, querido!




Por Zezinho de Caetés

Bem, hoje escrevo antes um pouquinho da votação do impeachment, cujo resultado já é sabido por todos. Regresso a Porto Alegre da Dilam. Tal qual Janaína Pascoal, estou com lágrimas nos olhos de pena da ex-presidenta golpenta. Penso que as lágrimas da Janaína não são de crocodilo, mas, as minhas e do JECa são.

E como a moda agora é cantar a saída da Dilma, como os senadores Magno Malta (Kleiton e Kledir – “Deu prá ti...”, Ronaldo Caiado (Chico Buarque – “Apesar de você...”), e outros, eu ataco de Vinícius de Moraes e Baden Powel ( “Prá que chorar” - Veja a música completa lá em baixo):

“Pra que chorar
Se o sol já vai raiar
Se o dia vai amanhecer
Pra que sofrer
Se a lua vai nascer
É só o sol se pôr
Pra que chorar
Se existe amor
A questão é só de dar
A questão é só de dor
...........”

É isto mesmo.  Para que chorar? Talvez devemos fazer isto de alegria pelo Brasil e não por pena da ex-presidenta. E quando sabemos os efeitos do impeachment sobre o PT, antigo partido dos trabalhadores e hoje o Partido da Lava Jato, aí sim, não podemos chorar e sim rir às bandeiras despregadas. E esperar que, nas eleições que se avizinham o Brasil esqueça, de uma vez por todas, a estrela vermelha, que já enfeitou até os Jardins do Palácio da Alvorada.

Aliás, como trata o Hubert Alquéres, com detalhes (“A estrela some” – Blog do Noblat) sobre outros cantos do país, aqui no Recife, só descobri ontem que começou a campanha para prefeito. E, pelo menos na propaganda do João Paulo, sim, aquele que se for eleito vai construir um teleférico que vai do Morro de Casa Amarela para o Parque Dona Lindu, a estrela não sumiu, mas, quase ninguém vê.

Agora, o nome do PT sumiu, totalmente. Penso que nesta campanha, se ele quiser obter algum voto de alguém que presenciou o que aconteceu no Brasil ele terá, se perguntado qual é o seu partido, ele deverá responder, que partido é coisa do passado.

Este é um dos grandes legados do impeachment. O PT já era, como nunca foi um partido sério. Foi apenas um trampolim para que alguns amealhassem dinheiro que hoje o Sérgio Moro está querendo de volta. Por isso eu digo que nem tudo são flores de defunto depois do impeachment.

Por hoje, e esperando a última sessão do senado para defenestrar de vez a Dilma, eu, só posso dizer ao PT: Tchau querido!

E fiquem com o Hubert para os detalhes.

“A ser coerente com a narrativa do seu discurso de defesa no Senado, Dilma Rousseff deveria percorrer o país de ponta a ponta, logo após a consumação do impeachment, e usar o palanque eleitoral do seu partido como trincheira de denúncia e resistência ao que ela e sua trupe chamam de golpe.

Isto tem possibilidade zero de acontecer.

Predomina no Partido dos Trabalhadores um clima de salve-se quem puder, ou de, em tempos de Murici, cada um cuida de si. Diferentemente de 2012, quando Lula e Dilma foram os carros-chefes da propaganda petista, a atual leva de candidatos a prefeito não quer os dois nos seus palanques, principalmente uma soberana escorraçada do trono, com imagem tão ou mais desgastada do que a da própria legenda.

Daqui para a frente a relação Dilma-PT tende a ser como aquele verso de uma música imortalizada por Caetano e Maysa: “podemos ser amigos simplesmente, coisas de amor nunca mais”.

Se é que houve amor entre os dois alguns dia; se é que não ficaram profundos ressentimentos, como revelou o ex-marido de Dilma, Carlos Araújo, normalmente uma pessoa discreta e reservada, ao blog Socialista morena:

“O PT está tentando fugir de sua responsabilidade, é vergonhoso isso. Quer atribuir a Dilma todos os problemas dele. Tudo que houve com ele, parece que não houve, é só por causa da Dilma que está mal. Quando a questão é inversa: o PT está mal pelos atos que cometeu, não puniu ninguém, não tomou atitudes, providências em relação aos bandidos que tinha dentro do partido, na direção do partido. Uma bandidagem. Tem que fazer um mea culpa e levar às últimas consequências, explicar para a sociedade, deve explicações para a sociedade. E, diante disso, trataram a Dilma muito mal, desde que começou esse rolo aí, sempre trataram mal”.

O desamor é mútuo. Em seu discurso no Senado, Dilma não citou o Partido dos Trabalhadores. Fez autoelogio, endeusou Lula, mas ao PT, nada. Quando fez referência, foi para dizer que “meu partido errou ao não apoiar a Lei da Responsabilidade Fiscal”. No mais, o Partido dos Trabalhadores foi o grande ausente na sua peça de oratória.

A estrela, símbolo do partido, sumiu nos programas televisivos dos principais candidatos petistas. Ou apareceu de forma tão minúscula, tão acanhada, como na propaganda do candidato a reeleição em São Paulo, Fernando Haddad, que para enxergá-la é necessária uma lupa. Aquela estrela vermelha imensa da logomarca de Haddad de 2012 escafedeu-se em 2016, virou um pontinho na tela de TV. Na logomarca de Raul Pont, candidato a prefeito de Porto Alegre e da ala esquerda do PT, a estrelinha também tomou chá de sumiço

O vermelho desbotou, sumiu do mapa.  Em alguns casos “azulou”, como nas peças publicitárias do ex-deputado e atual prefeito de São José dos Campos, Carlinhos Almeida, que aderiu ao azul e amarelo, mais parecendo um tucano. Aquele mar vermelho não aparece nas bandeiras, deu lugar a uma proliferação de cores nas   campanhas petistas.

Quem entrou na clandestinidade mesmo foi a sigla PT, banida da TV e das peças publicitárias. Qual é o partido de Haddad, de Raul Pont, de Reginaldo Lopes, candidato em BH, dos candidatos Carlinhos, Donizete Braga, de Mauá, e de Edinho Silva, candidato em Araraquara? Ninguém sabe!

Suas propagandas só informam que o número deles é 13. Um dos homens forte do governo Dilma, Edinho Silva omitiu até que foi seu ministro, na descrição de sua trajetória política.

É vexatório e emblemático do oceano de dificuldades no qual está submerso o Partido dos Trabalhadores. Vai disputar as eleições municipais com menor número de candidatos a prefeito, praticamente sem alianças ao centro, e tendo como grande parceiro o PC do B, seu seguidista desde sempre.  Mais grave: sem um discurso efetivo, capaz de calar fundo no coração dos eleitores e de resgatar o brilho de uma estrela opaca.

A direção do PT gostaria imensamente de virar a página, marchar no rumo da refundação de um partido que perdeu o seu charme e está envolvido em suas próprias contradições, ou no mar de lama que criou. Nem mesmo Lula é mais unanimidade.  Sua presença só é bem-vinda em palanques dos grotões do país. Em São Paulo e em outros grandes centros eleitorais virou uma mala sem alça, um andor difícil de carregar.

Imaginem então a Dilma. O discurso do “contra o golpe” não dá votos, razão pela qual só foi assumido por Jandira Feghali, do PC do B do Rio de Janeiro, ou por Raul Pont, que enfrenta em Porto Alegre uma dura concorrência pela esquerda, a da candidatura de Luciana Genro, do PSOL.

Nesse emaranhado de dificuldades, os candidatos petistas apelam para o mandraquismo, como se os eleitores fossem bobos e caíssem em truques de mágica.

Somem com a estrela. Correm o risco de sumirem das urnas.”


terça-feira, 30 de agosto de 2016

A defesa de Dilma: A burrice é infinita




Por Zezinho de Caetés

No último dia 17 de agosto eu escrevi aqui um texto cujo título era: “A carta de Dilma: Burrice não tem limites” (aqui). Nele eu tentava, junto com o Ricardo Noblat, mostrar que a ex-presidenta havia se superado na burrice que lhe é peculiar. Pois não é que ela ontem, em sua propalada defesa no Senado, voltou a quase repetir a sua carta, em discurso quase bizarro?

Pois é, não tem como não concordar com o Renan e dizer que, para a Dilma também,  a burrice, além de não ter limites, é infinita.

No entanto, se só fosse o discurso, ainda seria suportável, mas, quando a mulher abriu a boca sem ler, aí foi uma verdadeira tragédia. Exemplo? Vejam só uns poucos.

Para não fugir da principal defesa do PT, de que o impeachment é “golpe”, disse ela, diante do argumento de que não há tanques na rua:

“A diferença consiste que no golpe militar é como se você tivesse uma árvore, que você derruba o governo e o regime democrático. O que tem acontecido no golpe parlamentar é que você tira um presidente eleito por razões que estão fragilizadas pelo fato de que não tem crime de responsabilidade que as sustentem. É como se essa árvore não fosse derrubada, mas atacada por forte e intenso ataque de fungos, por exemplo”.

Vejam bem, meus senhores e minhas senhoras, até onde vai a burrice dela. Ela chamou os senadores de fungos, e se sentiu uma árvore frondosa. Se havia algum senador em dúvida sobre como iria votar, depois dessa não há mais. E se os seus áulicos mais empedernidos, como a Vanessa Graidiotin, Lindberg e Gleisi e alguns outros de menor expressão, pudessem se arrepender, a decisão para mandá-la a Porto Alegre seria unânime.

Para não tornar este escrito enfadonho, vejam apenas outra pérola da ex-presidenta inocenta:

“Considero que essa sua acusação é improcedente. Acho que ela é aquela mentira que não tem base na realidade, ou seja, ela não expressa a verdade dos fatos”.

Esta foi em dilmês castiço e até hoje o Lewandowski, que deve até pedir para votar junto com os senadores a favor do impeachment, está procurando a “verdade” da Dilma. Ou seja, o rito foi cumprido para dar apenas satisfação ao mundo, pois os de fora não conseguem entender como o povo brasileiro pôde colocar na presidência esta criatura.

Por falar em criatura, o Lula, pela sua expressão durante o julgamento, se o conheço bem e ele não mudou tanto desde nossa meninice lá em Caetés, deveria está pensando: “Meu Deus, onde fui amarrar meu jegue!”.

Foi uma verdadeira pantomima, que ficará na história brasileira como o dia em que a burrice chegou ao seu píncaro. Se a Dilma não vou impichada em discurso de re-posse deverá imitar o Lula e dizer: “A burrice venceu o medo!”.

E fiquem agora com o Ricardo Noblat para os detalhes técnicos do que poderá acontecer hoje, no qual ele diz, logo no título, que “Governo conta com 61 votos para aprovar o impeachment”, mostrando o governo extremamente modesto diante do fiasco de Dilma no dia de ontem. Agora já vou ligar a TV, para começar tudo de novo e já esperar o discurso do Temer, como presidente, sem sombra.

“O presidente interino Michel Temer foi dormir, ontem, sossegado depois de fazer e refazer as contas sobre o número de votos favoráveis e contrários no Senado à aprovação do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff. Se não houver traições, 61 votos cassarão o mandato de Dilma e seus direitos políticos por oito anos.

Bem, poderão ser 62 votos caso Renan Calheiros (PMDB-AL), presidente do Senado, decida votar pela primeira vez. Por ora, só Renan e Temer sabem se Renan votará ou não, mas não contam a ninguém. Fernando Collor (PTC-AL) é tido como voto certo a favor do impeachment. Assim como Hélio José (PMDB-DF), que pareceu indeciso ao interrogar Dilma.

Aflição e alívio devem ter embalado o sono de Lula. Aflição porque ele acha que em breve poderá ser denunciado pelo Ministério Público Federal sob a acusação de ter ocultado patrimônio – o tríplex do Guarujá e o sítio de Atibaia, os dois em São Paulo. E sabe que se isso acontecer acabará condenado pelo juiz Sérgio Moro.

O alívio de Lula tem a ver com a certeza compartilhada por ele com senadores do PT e a direção do partido de que o destino de Dilma está selado. Em breve, ela voará para Porto Alegre e, ali, se recolherá. De há muito que Lula está convencido de que o PT só tem a ganhar com isso, e ele também. Dilma virou um estorvo.

É um estorvo desde meados de 2014 quando não abdicou da reeleição para que Lula pudesse ser candidato com Eduardo Campos, então governador de Pernambuco, de vice. Virou um estorvo gigantesco quando não soube enfrentar a crise da economia a partir do ano seguinte. Dela derivou a crise política responsável por seu afastamento do cargo.

O pior dos mundos para Lula e o PT seria, ao fim e ao cabo, a permanência de Dilma no poder. Eles não poderiam simplesmente abandoná-la. Mas continuariam sujeitos às suas decisões desastrosas. De resto, estão convencidos de que ela não seria capaz de reconquistar apoios para governar. E o partido chegaria em 2018 em piores condições do que está.

Melhor que fique nas costas de Temer a herança maldita legada por Dilma. Melhor que Lula e o PT possam passar imediatamente para a oposição ao governo. Se dependesse de Lula, Dilma não teria se ocupado tanto com questões técnicas como o fez no confronto com os senadores. Ele gostou do discurso lido por ela, mas do resto, não.


Mas a culpa é dele – e Lula o reconhece em conversas com amigos. Ele inventou uma criatura que pensou controlar. Ela escapou ao seu controle.”

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

A semana - O julgamento da Dilma, o indiciamento do Lula, a viagem do Temer...




Por Zé Carlos

Enfim, saímos dos jogos olímpicos para cair nos jogos políticos. Nesta semana que passou ninguém mais falou em medalhas, apenas em “merdalhas”, termo que não sei se existe mais o estou criando agora para rimar com petralhas, este já consagrado e que indica um indivíduo que ainda acredita que a nossa musa Dilma escapará do impeachment e que ainda tem esperança de que o Lula não será preso. O que vi foi um verdadeiro clima de 7 x 1 contra as hostes de Dilma. Se o placar final for de 6 x 1, contra ela, ainda é lucro. Mas, vou começar do final, como sempre faço quando quero matar de rir nossa imensidão de leitores, mesmo antes de contar a piada.

No sábado terminou primeira fase do julgamento de Dilma, e a impressão primeira é que, finalmente, a terei aqui na coluna daqui para o final de agosto, que já foi o mês do desgosto para muitos, mas, se isto acontecer de verdade, o nosso 7 de setembro poderá até ser antecipado. Afinal de contas estaremos libertos do julgo petista como ficamos livres do julgo português séculos atrás. No entanto, sugiro que comemoremos este fato histórico no próprio dia 7 de setembro. Talvez, seja o mais animado de muitos e muitos anos. Agora deixo um pouco o rejúbilo e vou aos fatos, como diria a Janaína Pascoal. E apertem o sinto porque o riso abundará daqui para frente.

E para ser justo, como sempre tento ser, o grande evento humorístico da semana foi mesmo o julgamento da Dilma, nossa musa. A primeira e melhor piada foi o presidente do STF, e sua suprema interpretação da Lei, ao ter transformado a melhor testemunha em informante. O Doutor Júlio Marcelo, seguindo a sisudez do juiz Moro não gosto de humor e eu duvido que algum dos senadores, exceto os já convictos para causa da ré, não tenha se convencido que qualquer menção a “golpe” é piada pronta. Mesmo como informante ele mostrou que é filhote do Moro e seguidor da Lava Jato que é a grande revolução em nossa pátria. E deitou e rolou com uma frase que aqui reproduzo para posteridade, que, penso eu, será aprovada, logo mais, pelos nossos juízes parlamentares:

“O dolo grita nos autos. Se a presidente da República não tiver responsabilidade sobre decretos e medidas provisórias, porque foram elaborados pela sua equipe, ela não vai ter responsabilidade sobre nada. Essa é uma tese da irresponsabilidade do governante”.

No entanto, como era de se esperar o humor puro e cristalino que esta coluna aborda veio do PT e o seu Quinteto Abilolado, que teve uma baixa sentida por todos. O senador Telmário Mota desistiu do grupo e foi substituído pela Kátia Abreu. Alguns dizem que agora o quinteto está muito melhor pelo timbre de voz da senadora agricultora, que quando canta muda até de cor. Eu nunca vi uma mulher gritar tanto. Agora o quinteto é formado por Vanessa Graidiotin, Gleise Hoffmann, Lindberg Farias, Kátia Abreu e Humberto Costa. Este último, um pernambucano da gema, que adora cantar: “Asa Branca bateu asas, e fugiu para ....”. Sua performance foi soberba logo em seu primeiro dia no julgamento. Conseguiram, com uma lorota atrás da outra, protelar o início da sessão por mais de meio dia, enquanto a plateia se deliciava e bolava de rir.

O Lindberg, mais conhecido pelo apelido de “170 bi” estava impagável. E sabendo que o presidente da sessão não é do ramo político, foi o rei do show. Quando ele quer mostrar que a Dilma é uma mulher honesta, seus trejeitos chegam aos píncaros do hilário. Quando alguém pergunta se deixar roubar torna uma pessoa mais honesta, então quem é o mais honesto de todos é o Lula. E talvez por isso o humor do grupo se torna tão refinado. E agora, estão cada vez melhores, porque dizem que há ensaios para o show todos os dias pois há uma equipe filmando um “filme”, ao invés de filmar os ratos, que pretende se chamar “Impeachment”. E talvez por isso o esforço dos defensores da nossa musa para que o ele seja impichada, ou impichimada como fala alguns senadores. Já imaginou o desperdício se ela escapar? Seria uma tragédia para o cinema nacional.

A Vanessa Graidiotin estava “superb” entre os girassóis dos seus vestidos. E a grande graça que ela faz é sua absoluta falta de “semacômetro” em suas atuações. Está deixando o Lewandowski louco, com aquele ar de quem diz: “Lá vem ela de novo...”. E aí começa a sessão de humor na defesa da “presidenta inocenta”. A Kátia Abreu, vinda da agricultura, com as mãos calejadas de fazer piados no campo, ao chegar à cidade causa sucesso com seus modelitos de piadas rurais. Quando ela diz que se a Dilma lesou os acionistas do Banco do Brasil, da Caixa e de outras instituições financeiras, foi para ajudar os pequenos agricultores, a plateia vem abaixo. É riso “prá mais de metro”. Já o Humberto só toca o “sambinha de uma nota só”, entre uma e outra versão do “Assum Preto”. Já a Gleise Hoffmann merece um novo parágrafo.

Esta brilhou a semana inteira, desde o primeiro dia. No primeiro abriu a boca e empinou o nariz para dizer que os senadores não tinham moral para julgar nossa musa, a Dilma. O valor da piada é porque, olhando em volta, é difícil dizer se ela está dizendo a verdade ou não. A nossa classe política virou piada exatamente por isso. É impossível descobrir qual o conceito de moral que a ela se aplique para uma boa análise. Daí, só o riso resolve. E não foi por menos que o Renan, logo o Renan, que, no dia seguinte, vendo quanto tinha sido atingido pela esposa do homem que é acusado de roubar os que tomaram crédito consignado, se doeu todo. Depois de uma escaramuça entre o Ronaldo Caiado e o Lindberg Farias, que quase se atracam mais uma vez, o Renan, menestrel das Alagoas, depois de pedir harmonia e compreensão, pois o show estava sendo visto internacionalmente, ecoou do plenário:

“Ontem, a senadora Gleisi chegou ao cúmulo de dizer aqui para todo o país que o Senado Federal não tinha moral para julgar a presidente da República. Como uma senadora pode fazer uma declaração dessa? Exatamente uma senadora que, há 30 dias, o presidente do Senado conseguiu, no Supremo Tribunal Federal, desfazer o seu indiciamento e do seu esposo que havia sido feito pela Polícia Federal.”

Vejam a maestria na piada. O que ele quis dizer foi que havia sido imoral há 30 dias fazendo o STF ser também imoral. Ou seja, no Brasil se consegue todo significado para a palavra “moral”. Não em jeito. Rir ainda é o melhor remédio.

 E vejam que o grande show de humor se estendeu até o sábado, quase matando de rir todos os telespectadores e rádio ouvintes. Imaginem o estrago nas cordas hilariantes dos brasileiros na próxima semana, na qual, a nossa musa, a Dilma, resolveu fazer um show solo no julgamento. Dizem que já foi necessário colocar mais cadeiras para suportar a afluência de público que comparecerá ao Senado. E, não é só a apresentação da Dilma, per si, e sim que, dizem, o Lula entrará e sairá de braços dados com nossa musa, somente para mostrar a esta coluna que, em termos de humor, a harmonia prevalece entre eles. E eu já faço propaganda da coluna semanal próxima, que hoje começa,com a previsão de que ela responderá a todas questões feitas por cada senador. Como eu sei que a cada pergunta ela contará uma piada, não poderei garantir a sobrevivência de leitor algum daqui para frente.

Todavia, fiquemos com esta semana para não forçar a barra. E já que falamos de Lula, temos que introduzir o assunto imediatamente. O Lula foi indiciado pela Polícia Federal, sendo acusado como um corrupto ativo, passivo e como um lavador de dinheiro, enquanto sua esposa Marisa foi acusada de quase os mesmos crimes, pela operação Lava Jato. A novidade não é o indiciamento e sim a época em que isto foi feito. Logo no grande show do julgamento?! Já pensaram se o Lula for ao julgamento da Dilma, como previsto, e os juízes do Senado resolverem fazer justiça com as próprias mãos. Ele entrará de terno e sairá com o pijama listrado. Para esta coluna, não fará diferença porque o Lula poderá ser nosso colaborador de fora ou de dentro de uma cela. Basta ele resolver ditar as suas memórias para alguém que saiba escrever. O título já é uma certeza: “Nunca mais, na História deste país...”, com prefácio de Dilma.

E para não dizerem que só do PT vive esta coluna, li que também o José Serra e a Marta Suplicy entraram no show do Caixa 2. Ou seja, quando acabar o impeachment de Dilma, não só ela se dedicará em tempo integral a esta coluna. Temos muitos outros currículos para analisar, e já prometemos que faremos tudo para matar os nossos leitores de tanto rir, se sobreviverem à esta semana que se inicia, com o grande show de Dilma.


E o Michel Temer?! Este não apareceu muito esta semana, preparando seu show para a China, e junto com o Renan, para mostrar que além de ser presidente também pretende seguir a via humorística dos nossos políticos. E há pessoas que reclamam deste tipo de humor. Elas não perdem por esperar. Começou esta semana a propagando para as eleições municipais, que nos dará muito material por um longo tempo. Aguardem!

sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Começou o julgamento de Dilma




Por Zezinho de Caetés

Bem, meu senhores e minhas senhoras, apesar do nosso esforço não conseguimos ir até o final da sessão de julgamento da ex-presidenta, em seu primeiro dia. Até para nós que labutamos na política, como comentarista, foi cansativo.

O PT e seus meninos conseguiram esticar a sessão até onde dava, com vários números e performances que servirão muito bem para a coluna semanal de humor do Zé Carlos. Desde repetir tudo o que foi dito na Comissão do Impeachment durante os últimos dias, até o grande show da Gleisi Hoffman, teve de tudo, como numa luta suja de boxe (Leia o texto lá embaixo para os detalhes sórdido).

A Vanessa Graidiotin se superou. Com um vestido coberto de girassóis que a leva a ficar parecida com uma frondosa árvore da Amazônia, não parava de falar. O Lewandowski, que ao lado do Renan só ficava com uma cara de quem está morrendo de vontade de fazer pipi, tentava conter os tumultos e trejeitos criados por ela. E o Renan só ria, talvez, dizendo: “Agora você está vendo o que é bom prá tosse!”.

A senadora Fátima Bezerra deve ter esquecido em casa o discurso para o início do julgamento e leu um antigo. Só pode ter sido, pois este era por nós conhecido há muito tempo. Vi que ela não tentou usar a palavra “golpe”, por um bom tempo, para não ferir a sensibilidade do presidente do STF, que se veria como um golpista contumaz.

Agora só falta a Dilma entrar no “golpe”, igual à Escola de Samba da Mangueira no encerramento dos jogos olímpicos. E ela vai comparecer ao Senado na segunda-feira próxima, e dizem que o Lula irá com ela, e mais umas 20 pessoas. Ou seja, vai quase a Lava Jato inteira em defesa da ex-presidenta.

Realmente não sabemos o que o Lula, meu conterrâneo vai fazer por lá. Será um grande risco para ele se o Sérgio Moro quiser atuar e levá-lo para a República de Curitiba. Motivo tem. Só falta o momento, e quem sabe não será no Senado na segunda?

E hoje começa tudo de novo, e agora com as testemunhas de acusação. Por falar nelas, ontem por pedido do JECa, que anda meio tristonho, o Lewandowski resolveu transformar o Júlio Marcelo de testemunha em informante, tal qual Lula era do Golberi, segundo o Romeu Tuma Jr., em priscas eras. Foi a melhor coisa que foi feita contra a Dilma. O procurador se sentiu mais livre e solto para ensinar para o Brasil inteiro com quantas pedaladas se faz uma fraude fiscal e com quantos decretos se destrói a economia de um país. Agora o país entende perfeitamente por a Dilma tem que sair.

Pensamos ter sido o maior tiro no pé da Dilma que o JECa já deu. Ao invés de ficar repetindo que foi o Cunha o culpado pelo impeachment, por desvio de finalidade, agora ficamos sabendo que o culpado foi o Júlio Marcelo, pela suas precisas e detalhadas informações. Obrigado, Júlio.

E para aqueles que nos acompanham e sabem que gostamos de transcrever textos interessantes, levo a vocês o Josias de Souza, em seu Blog hoje na matéria: “Quem tem moral no Senado?, eis a questão”, onde ele procura detalhar a performance da Gleisi, agora mais conhecida pelas lambanças do marido com os tomadores de crédito consignado, do qual nos livramos por um fino.

Fiquem então com Josias, que daqui a pouco vamos começar com outra dose de impeachment na veia do Brasil, para tentar curá-lo da herança maldita do PT. E só para terminar, depois de fazerem um muro para dividir as torcidas lá de frente do Congresso, eu não vi nenhum manifestante por lá, nem contra nem a favor. Será que já esqueceram a Dilma?

“Quem tem moral no Senado para julgar Dilma?, eis a questão. A interrogação vem a propósito de um arroubo da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) no primeiro dia do julgamento do processo de impeachment. Antes de responder à pseudocuriosidade da senadora, vale a pena atrasar o relógio até 1992. Imaginou-se que o impeachment de Fernando Collor e a posse de Itamar Franco —o Michel Temer da época— entrariam para a história como marcos moralizadores da política nacional.

A desfaçatez com que PC Farias —precursor de Delúbio e Vaccari— comercializava sua influência no governo e dividia propinas com o presidente e seu grupo político pareciam ótimas oportunidades para o país tomar jeito. Mas deu tudo errado. Um escândalo produziu outro, e outro, e mais outro… Até desaguar no mar de lama do mensalão. Que escorreu para o oceano do petrolão. Que se misturou à ruína econômica no caldeirão em que arde o mandato de Dilma. Decorridos 24 anos, o país se depara com o segundo processo de impeachment de sua história e com a pergunta de Gleisi Hoffmann: Quem tem moral…?

Considerando-se que foi com o beneplácito de Lula que o PT se converteu numa máquina coletora de dinheiro, que o mensalão e o petrolão têm sua origem na gestão dele, que foi sob o seu patrocínio que petistas e aliados nomearam os petrogatunos, que Dilma foi eleita e reeleita em cima de uma caixa registradora tóxica, considerando-se tudo isso, mais o fato de o PT governar o país há 13 anos escorado em sarneys, renans, collors, malufs, cunhas e assemelhados, chega-se à seguinte conclusão: o objetivo de Gleisi Hoffmann ao questionar a moral dos colegas é desobrigar a política de fazer sentido.

Durante o governo Sarney, Lula chamava-o de “ladrão”. Golpeado por Collor abaixo da linha da cintura na campanha presidencial de 1989, Lula pegou em lanças pelo impeachment. Nessa época, o tratamento mais cortês que Collor mereceu de Lula e de todo o petismo foi o de “corrupto''. Que dizer dos insultos que o PT e seu morubixaba trocaram com Maluf? De repente, os ex-moralistas associaram-se a todos os imorais num mesmo empreendimento governamental. E anunciaram à nação: “Somos todos aliados! Somos uns a cara esculpida e escarrada dos outros.”

Antes de borrifar perguntas na atmosfera seca do plenário do Senado, Gleisi Hoffmann precisaria fornecer respostas: depois que fizeram tanto esforço para se tornar iguais, como podem supor que ainda é possível distinguir uns dos outros? Não eram todos aliados até ontem? Não foi sob o poder petista que Cunha, Collor, Renan, Sarney, Jucá, Barbalho e tantos outros plantaram bananeira dentro dos cofres da Petrobras e do setor elétrico?

Dilma, Lula e o PT chegaram à condição atual por seus próprios deméritos. Por três mandatos, abasteceram a coligação governista de propinas. O mensalão mal havia secado e já existia o petrolão. Deflagrada sob Dilma, a Lava Jato emparedou corruptos e corruptores. Pela primeira vez, a oligarquia foi para o xadrez. A corrupção passou a dar cadeia. Interrompido o provimento regular de dinheiro sujo, aliados foram se convertendo em traidores.

Até bem pouco, Dilma enxergava o Senado como sua última trincheira. Renan Calheiros era o heroi da resistência. Hoje, madame não consegue juntar 28 votos para salvar o mandato. O petismo é picado pelas serpentes que o poder petista financiou. Num ambiente assim, tão conspurcado, a companheira Gleisi renderia homenagens à lógica se evitasse questionar a moral alheia.

Gleisi faria um bem a si mesma se pelo menos adiasse suas reprimendas para depois do encerramento do processo em que seu marido, Paulo Bernardo, é acusado de tomar parte de um esquema que assaltou aposentados e servidores pendurados no empréstimo consignado. A senadora terá muito mais moral depois que ficar comprovado que seu marido não participou de tamanha imoralidade.

Quem tem moral no Senado para julgar Dilma?, eis a questão. A interrogação vem a propósito de um arroubo da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) no primeiro dia do julgamento do processo de impeachment. Antes de responder à pseudocuriosidade da senadora, vale a pena atrasar o relógio até 1992. Imaginou-se que o impeachment de Fernando Collor e a posse de Itamar Franco —o Michel Temer da época— entrariam para a história como marcos moralizadores da política nacional.

A desfaçatez com que PC Farias —precursor de Delúbio e Vaccari— comercializava sua influência no governo e dividia propinas com o presidente e seu grupo político pareciam ótimas oportunidades para o país tomar jeito. Mas deu tudo errado. Um escândalo produziu outro, e outro, e mais outro… Até desaguar no mar de lama do mensalão. Que escorreu para o oceano do petrolão. Que se misturou à ruína econômica no caldeirão em que arde o mandato de Dilma. Decorridos 24 anos, o país se depara com o segundo processo de impeachment de sua história e com a pergunta de Gleisi Hoffmann: Quem tem moral…?

Considerando-se que foi com o beneplácito de Lula que o PT se converteu numa máquina coletora de dinheiro, que o mensalão e o petrolão têm sua origem na gestão dele, que foi sob o seu patrocínio que petistas e aliados nomearam os petrogatunos, que Dilma foi eleita e reeleita em cima de uma caixa registradora tóxica, considerando-se tudo isso, mais o fato de o PT governar o país há 13 anos escorado em sarneys, renans, collors, malufs, cunhas e assemelhados, chega-se à seguinte conclusão: o objetivo de Gleisi Hoffmann ao questionar a moral dos colegas é desobrigar a política de fazer sentido.

Durante o governo Sarney, Lula chamava-o de “ladrão”. Golpeado por Collor abaixo da linha da cintura na campanha presidencial de 1989, Lula pegou em lanças pelo impeachment. Nessa época, o tratamento mais cortês que Collor mereceu de Lula e de todo o petismo foi o de “corrupto''. Que dizer dos insultos que o PT e seu morubixaba trocaram com Maluf? De repente, os ex-moralistas associaram-se a todos os imorais num mesmo empreendimento governamental. E anunciaram à nação: “Somos todos aliados! Somos uns a cara esculpida e escarrada dos outros.”

Antes de borrifar perguntas na atmosfera seca do plenário do Senado, Gleisi Hoffmann precisaria fornecer respostas: depois que fizeram tanto esforço para se tornar iguais, como podem supor que ainda é possível distinguir uns dos outros? Não eram todos aliados até ontem? Não foi sob o poder petista que Cunha, Collor, Renan, Sarney, Jucá, Barbalho e tantos outros plantaram bananeira dentro dos cofres da Petrobras e do setor elétrico?

Dilma, Lula e o PT chegaram à condição atual por seus próprios deméritos. Por três mandatos, abasteceram a coligação governista de propinas. O mensalão mal havia secado e já existia o petrolão. Deflagrada sob Dilma, a Lava Jato emparedou corruptos e corruptores. Pela primeira vez, a oligarquia foi para o xadrez. A corrupção passou a dar cadeia. Interrompido o provimento regular de dinheiro sujo, aliados foram se convertendo em traidores.

Até bem pouco, Dilma enxergava o Senado como sua última trincheira. Renan Calheiros era o heroi da resistência. Hoje, madame não consegue juntar 28 votos para salvar o mandato. O petismo é picado pelas serpentes que o poder petista financiou. Num ambiente assim, tão conspurcado, a companheira Gleisi renderia homenagens à lógica se evitasse questionar a moral alheia.


Gleisi faria um bem a si mesma se pelo menos adiasse suas reprimendas para depois do encerramento do processo em que seu marido, Paulo Bernardo, é acusado de tomar parte de um esquema que assaltou aposentados e servidores pendurados no empréstimo consignado. A senadora terá muito mais moral depois que ficar comprovado que seu marido não participou de tamanha imoralidade.”

quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Lágrimas de crocodila da ex-presidenta




Por Zezinho de Caetés

Bem, hoje toda a imprensa, de todos os tipos, só falará sobre o início do julgamento da ex-presidenta briguenta. Eu também só penso naquilo. No entanto, aproveitando o clima olímpico e minha falta de tempo, pois tenho que me abastecer para uma semana, pela qual ele perdurará até o bota fora final, eu publico abaixo uma poesia.

Acho que é de cordel e a recebi pelas redes sociais, não sabendo quem é o autor, mas, já o parabenizando pela obra de arte popular. Eu adoraria que fosse uma poesia sobre o julgamento da Dilma, e, tenho certeza, elas aparecerão na próxima semana.

Por falar em arte, li por aí, que estão fazendo um filme sobre o impeachment, no qual a ex-presidenta é a protagonista. Ela fará o papel de alguém honesta e que foi injustiçada por “eles”. Nada com a realidade. Pura ficção para mostrar a grande atriz que ela é. Foi aí que descobri porque ela não renunciou, como eu tanto aconselhei: Como terminar o filme sem ela?

Dizem que haverá até cenas de choro, se até a próxima semana o diretor descobrir que ela vai mesmo ser impichada, mas, haverá cenas de júbilos se os senadores mudarem de ideia e deixá-la no poder. Seria um filme catástrofe.

Se ela chorar mesmo, pretendo desenvolver nos próximos dias um roteiro de filme, que se chamará “Lágrimas de crocodila”. Tinha escolhido outro: “Lágrimas de crocodila da presidenta”, todavia, poderia ser explícito e longo demais. Para não perder a ideia, foi assim que intitulei este pequeno texto.

Por hoje, leiam a bela poesia olímpica, que vou me preparar para uma semana de emoções.


ZOLIMPÍADAS DO SERTÃO

Sonhei com as Zolimpíadas
Chegando no meu sertão
Foi o maior espetáculo
Que se viu na região
Tinha gente que só a peste
Lá das brenhas do nordeste
Chegando de caminhão

No desfile de abertura
A bandeira nordestina
Toda feita de retalhos
Pelas mãos de Severina
E eu ali, de camarote
O bode virou mascote
A tocha era a lamparina

A nossa delegação
Para conquistar os louros
Desfilou de guarda-peito
Gibão e chapéu de couro
E enfrentando a batalha
Conquistou muitas medalhas
de bronze, de prata e ouro

Quem carregou a bandeira
Foi Ritinha de Zé Bento
Já a pira foi acesa
Por Tonin de Livramento
Nosso atleta principal
E recordista mundial
Do hipismo de jumento

Antes das competições
Um lanche bem reforçado
Com buchada, cajuína
Rapadura e milho assado
Fava verde com galinha
Sarapatel com farinha
Angu com bode guisado

Nas águas do Velho Chico
As provas de natação
Os pulos ornamentais
De cima de um paredão
Ginástica num terreiro
Remo e vela num barreiro
E judô num palhoção

A maratona, seu moço
Era por nossas estradas
Atravessando os riachos
Nas veredas, nas quebradas
Da paisagem nordestina
Ao som do galo-campina
E da patativa golada

Na competição de tiro
Os velhos de bacamarte
Pé-de-bode, granadeira
Vestimenta de zuarte
E davam cada pipoco
Do sujeito ficar môco
De se ouvir em toda parte

A prova de atletismo
Conhecida por carreira
De cem e duzentas léguas
Com barreira e sem barreira
Foi por dentro do cercado
Atravessando um roçado
Pelo meio das capoeira

Os saltos, lá no sertão
Eram provas de “pinote”
De riba de uma barreira
Num pedaço de caixote
O cabra de lá pulava
Num açude tibungava
Caindo feito um caçote

O jogo de futebol
Se jogava sem chuteira
Num campo de chão batido
No alto de uma ribanceira
As traves de barandão
O campo sem marcação
No calor e na poeira

Levantamento de peso
Quem ganhou foi Sebastião
Cinco sacos de Farinha
Três arrobas de algodão
Com esse peso todinho
Ele se ajudou sozinho
E se sagrou campeão

O arremesso de pedra
Quem ganhou foi Expedito
No tiro com baladeira
Carmelita fez bonito
E Já na queda de braço
O ouro foi pra Inaço
E a prata pra Benedito

Fizeram de três batentes
Pódio pra premiação
Com uns ramos de onze-horas
Era a coroação
E numa latada de lona
Asa branca na sanfona
Completava a emoção

E assim eu me acordei
Com orgulho do sertão
Desse povo vencedor
De tão grande coração
De história tão sofrida
Que nas batalhas da vida

Nasceu pra ser campeão

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

24 de agosto e já esperando o 31...




Por Zezinho de Caetés

Hoje nem procurei um texto para transcrever pois tive medo de não achar, igual a ontem. E foi ontem, carente de textos bem atuais que achei o que abaixo transcrevo. E quando quero textos bem atualizados em matéria política, eu vou a Blog da Lucinha Peixoto. Lá, encontrei um sobre o qual fiquei em dúvida se o comentava agora ou no dia 31 de agosto, quando ele faz 5 anos da publicação original (31 de agosto de 2011 – aqui).

Estava procurando algo sobre o dia de hoje, que é uma data muito importante para os brasileiros, porque é aniversário do suicídio de Getúlio Vargas, e encontrei um que trata do mês todo, escrito pela, um dia, grande colega de trabalho.  Onde estará a Lucinha que há muito deixou de nos brindar com suas pérolas?

Na postagem a seguir, publicada em seu blog com o título: “Agosto e o Suicídio Político”, ela traz coisas que não entendo, porque ligadas a ela e a sua cidade, Bom Conselho, da qual sei muito pouco, mas, nos brinda quase com uma descrição dos dias atuais em termos de “crime e castigo” para políticos que não honram suas calças (e para ser politicamente correto, ou calcinhas), e o que deve ser feito com eles.

Veio a calhar para esta semana, que amanhã se inicia, na qual o Senado vai “suicidar” Dilma, já que ela, tal qual o Lula, não tem coragem de fazê-lo como o fez o Getúlio, mais de meio século atrás. É de se dizer: Não temos mais políticos como antigamente. Hoje eles preferem a República de Curitiba ou a Papuda, a suicídio. Que fazer?

Eu nunca torci pelo suicídio de ninguém. Eu torci sim, pela renúncia de Dilma, que é a protagonista da semana. Se ela tivesse feito isto antes, quando viu que o povo brasileiro, a quem ela mentiu para se eleger, reconheceu a farsa, estaria doendo menos agora. Porém, agora é tarde.

Penso melhor, e digo, na base do “antes tarde do que nunca”, que, se no dia em que ela fosse ao Senado, como está marcado, no dia 29, ela fosse ler uma carta de renúncia, reconhecendo que foi um fiasco como presidenta e que fez tudo isto por causa do PT, ela poderia entrar para História pela porta da frente, ao invés de sair pela porta dos fundos, como está fazendo. Mas, conhecendo a peça, como quem nasce para Lula, nunca chega a Getúlio, quem nasce para Dilma não chega a Lucinha Peixoto. Isto será difícil de acontecer. Ela morrerá politicamente com o osso na boca.

Fiquem com a minha amiga Lucinha e divirtam-se com suas jocosidades das quais todos nós temos saudades. Eu vou me preparar psicologicamente para aguentar o Lewandowski e o Renan posando de bons moços no julgamento da ex-presidenta bolorenta.
 
“Grande parte da vezes, nossa inspiração para escrever vem de acontecimentos repetitivos, mas marcantes a cada hora que eles nos chegam. Aniversários, festas cívicas, notícias de corrupção no governo, enchentes no Recife, dias santos importantes, e também feriados importantes.

Por exemplo, está próximo o dia 7 de setembro, dia em que o Etiene, vai a Bom Conselho, e me desafiou para um duelo, e pelo seu nível de civilização eu penso que seria com palavras, sobre se ele teria sido contra ou a favor do Sr. Ccsta, quanto à questão do anonimato, da qual ele até agora só escreveu obviedades jurídicas, e agora, lendo o Dr. Renato Curvelo, eu diria que erradas. Este dia, poderia ser um motivo para inspiração, e talvez até seja, se quando ele chegar eu ficar me lembrando, quando cruzávamos Bom Conselho galhardamente, desde o pátio do Ginásio São Geraldo, até a frente da Prefeitura.

Infelizmente, hoje a minha inspiração é outra. Hoje é 31 de agosto, último dia dos mais aziagos dos meses na história. Nele tivemos, desde a matança de São Bartolomeu, até a morte de vários políticos brasileiros, que escolheram este dia, ou foram escolhidos por Deus, para partirem desta para uma melhor.

O que logo nos vem à mente é o suicídio do Getúlio Vargas. Muito se tem escrito sobre isto, e, ao contrário dos americanos, não desenvolvemos uma teoria conspiratória nos moldes de: “Quem matou Getúlio?”. Será que nos falta imaginação? O Jô Soares andou escrevendo sobre o episódio tempos atrás. Mas, como ele é humorista ninguém deu atenção, como se humor não fosse uma coisa séria.

Como estou alegre por agosto está acabando e não ter morrido nenhum “politicão” neste ano, eu posso abrir meu saco de jocosidades para dar asas à imaginação. Eu ainda penso que o Getúlio não se suicidou. Ele foi suicidado. Isto foi feito com tanto cuidado que até hoje ninguém suspeitou de nada. Basta ver o local do tiro e verificar a precisão dele. No centro do coração. Dizem que o Getúlio, em todas as revoluções de que participou, não disparou nenhum tiro, porque nos treinamentos de tiro ele matou um soldado quando tentava acertar o alvo. Como ele, naquele momento poderia ter um acerto daqueles?

Tem mais e muito. Como um homem, com seu tino político e amor pelo Brasil, poderia usar o expediente do suicídio para garantir que estava fazendo aquilo pelo bem do povo. Não pode ser. Eu acredito mais no Lula, que ao deixar o poder, forçado pelas circunstâncias democráticas, ao invés de se suicidar foi ficar rico dando palestras. Não concluam que não se fazem mais presidentes como antigamente, pois ele ainda está vivo e ainda tem muitos agostos pela frente. Nunca é tarde para ser um Getúlio.

De uma coisa podemos estar certos. Não se usa mais o suicídio como recurso político, tenha Getúlio se suicidado ou não. Hoje, as pessoas se suicidam politicamente, assaltando os cofres públicos e outros dizendo que não sabiam, ou os inocentando.

Vejam o que ocorreu ontem na Câmara dos Deputados. Uma jovem senhora recebeu uma propina, um jabá, um por fora, tempos atrás e alega que, por não ser uma deputada, na época, isto seria normal. Depois de passar numa catedral de Brasília e se confessar, acreditou, com o cumprimento da penitência, que foi de quatro pai-nossos e dez ave-marias, que não havia mais culpa nenhuma em cima dela. Candidatou-se a deputada e venceu. Que crime há nisso? Roubou, o padre e o povo perdoaram. Como poderia ela ser condenada, por um crime que fez muito antes de ser eleita?

Criou-se então a moral datada. Erros do passado, como os crimes nos Códigos, prescrevem. Ou seja, alguém pode sempre se arrepender ou pagar por eles e ficarem quites com a sociedade. O problema disto tudo é fixar a data. Eu quando era menina lá em Bom Conselho, vivia suspirando quando o Leninho passava, sabendo que ele tinha namorada. Será que hoje ainda devo ser punida por isso? Os deputados que absolveram a Jaqueline Roriz, diriam que não, pois hoje eu só suspiro por meu velho.

Quando se trata de política, a grande questão que se coloca, além da data, é quem deve perdoar, e como representantes do povo, que foi o mais atingido, jamais eles poderiam ter absolvido a moça.

Ainda bem que este gesto de boa vontade foi cometido por suas excelências em agosto, o mês do suicídio, político. Se dependesse de mim, nas próximas eleições todos eles seriam enterrados, e com pouca semelhança com o Getúlio, que saiu da vida, para entrar na História. Suas excelências devem sair para lata do lixo.”

terça-feira, 23 de agosto de 2016

Tá tudo errado?



Por Zezinho de Caetés

Começo esta postagem sem saber o que dizer, a não ser, perguntar, como no título: “Tá tudo errado?”. Diferente da música que lembro que afirmava: “Tá tudo errado, compadre; tá tudo errado; ....”, eu começo com uma pergunta. Porque, como sofro ainda do complexo de vira-lata, fico ainda em dúvida se tudo deu certo nos Jogos Olímpicos.

E não é só com o jogos que minha mente se esvai em dúvidas, pois este já foi consagrado pela imprensa mundial e quem perdeu foram os americanos que mentiram. Vi também que o surto de zika, agora, está maior em Miami do que no Rio. E, admirem, as mulheres brasileiras ricas que emigraram para lá, com medo do mosquito, agora estão voltando para o Brasil.

E, além de dúvida, estou com medo. Com medo que a ex-presidenta volte. Não posso nem ouvir falar nisso que fico arrepiado. Já pensou mais 2 anos de Dilma? Ela promete que ficará pouco, só o tempo de fazer um plebiscito, para que haja eleições gerais, e o povo descida quem é que quer que governe. Ora, nem ela mais acredita que o povo já fez isto, e esta proposta é apenas um reconhecimento do quanto mentiu para ele.

No entanto, penso eu, que nenhum senador mais, ficará maluco. Basta o quinteto abilolado, que talvez seja o único que votará a favor da Dilma no julgamento, para sobreviver. O senador que não precisa disto para sobreviver, não votará pelo impeachment por vergonha, e não por mérito.

E, como sói acontecer, sai os jogos e entra o julgamento, como assunto relevante. E a partir de quinta-feira, de olho vidrado em Brasília, queremos ver o Brasil ser passado a limpo, trocado e perfumado, longe do PT. Tenho certeza que ganharemos a medalha de ouro do bom senso político, neste país tão carente dele.

Dizem que na próxima segunda-feira, o Michel Temer receberá os atletas olímpicos em Brasília. Espero que ele aproveite e fale com a medalhista de ouro do judô para ela lhe ensinar uns bons golpes, que ele deveria aplicar em quem ainda falar em Dilma. Não espero que haja entre eles um Vampeta para rolar pela rampa e dar-lhe mau exemplo.

Ele parece que desistiu de falar no dia 7 de setembro, em cadeia (sem trocadilhos) de rádio e TV, penso eu, com medo de panelaço. Dizem que fará um discurso no dia após o afastamento da ex-presidenta desistenta. Se for de surpresa melhor. Evitemos marolinhas.

E, para prestar um serviço de utilidade pública todo o programa da nossa olimpíada política maior, o julgamento do impeachment, para que seja seguido por todos, e que consta da resposta do Senado e da Câmara dos deputados, em resposta à indagação matusquela da OEA que indaga sobre a legitimidade do processo de impeachment, pode ser visto aqui.


Chamá-lo de golpe, é a mesma coisa de chamar o encerramento dos jogos de desfile de Escola de Samba, porque havia um carro alegórico. Isto é coisa do PT. 

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

A semana - As Olimpíadas, Toffoli na Lava Jato, a carta de Dilma, as eleições municipais...




Por Zé Carlos

E lá vou eu outra vez, fuçar a semana que passou para retirar dela o suprassumo do humor, meta a que me proponho a dobrá-la a cada semana, já que o país me permite. E para não variar e ajudar minha já incipiente memória, começo do seu final, mostrando o que publicou uma revista semanal. Veja bem, o STF, talvez com inveja de outras instituições que frequentam esta coluna hebdomadariamente, parece querer entrar nela também. O Dias Toffoli, sim aquele ministro que era funcionário do PT e foi promovido pelo Lula para o STF, foi delatado premiadamente por um dirigente de uma empreiteira, de ter usado seus serviços de forma pouco republicana. O ministro, usando de humor escrachado disse que conhecia o empreiteiro mas nunca pediu favor a ele. Aparentemente, não há humor nenhum envolvido na angelical relação. Entretanto, quando pensamos que foi o mesmo empreiteiro que reformou os imóveis e sítios do Lula, que não são do Lula, não há como não cair na gargalhada. Então, até que enfim a justiça começa a vir para a coluna.

E agora voltemos para o início da semana, onde produzimos muito humor, que pode até ser chamado de humor olímpico. Imaginem qual a melhor desculpa, em pleno Rio de Janeiro, para alguém que chegou em casa tarde, vindo da esbórnia, e tem que explicar por que estava com a carteira vazia. Para quem morou lá, como eu, não há outra a alternativa viável a não ser dizer que foi assaltado. E se disser que foi com um revólver na cabeça, o frisson será ainda maior. Pois isto foi o que aconteceu com 4 nadadores americanos. Criaram uma mentira maior do que as da nossa musa, a Dilma, na campanha eleitoral, e o mundo riu de nós. Mas, como dizem, ri melhor quem ri por último, descobriram a mentira dos cabras-sarados, e o mundo riu outra vez. Só que agora foram os brasileiros e cariocas que riram por último. Claro, eu sei, que isto não diz que o Rio de Janeiro tornou-se uma cidade da harmonia e da paz por causa dos Jogos Olímpicos. Mas, pelo menos não incluímos mais cocô nos nossos jogos com esta estória maluca. Chega as águas verdes nas piscinas que tantos estranharam, mas, era apenas uma homenagem à bandeira nacional.

Mas, nem de filas, águas verdes, falta de comida e americanos mentirosos viveram as Olimpíadas do Rio. No sábado eu voltei a 2014, quando fiquei chorando o 7 x 1 contra a Alemanha que tanto nos envergonhou, porém, com o sinal trocado, e fui à janela gritar feito um maluco: “É ouro, é ouro, é ouro...”. Até que enfim, mesmo que  ainda tenha ficado devendo 6 gols, a seleção brasileira nos tirou da vergonha, e, espero que daqui para frente tome vergonha. Mesmo se tivesse havido mais problemas, só em ver o Neymar chorar de alegria, já valeram os Jogos. Além disto, tivemos a festa de encerramento, que, para mim, foi o melhor momento da festa. Afinal de contas ouvir música de Luiz Gonzaga e ver os bonecos do Mestre Vitalino, realmente, não tem preço. Voltei ao Alto do Moura lá em Caruaru. Só faltou o Pedro de Lara atravessando aquele espaço com seu tradicional ramo de flores, e o Basto Peroba tocando sua sanfona para festa ficar completa.

Andando para trás e morrendo atropelado como os caranguejos da Baía da Guanabara, volto para o início da semana, e finzinho da outra, onde, no domingo o Usain Bolt deixou mais uma vez sua marca de velocidade nos jogos. Refiro-me a isto, não só pelo gesto do raio que ele faz a cada vitória, e que as pessoas pensam ser um gesto inocente. É claro que não é. O que ele quer dizer é que a vida sem humor, passa como um raio, pois todos envelhecemos mais depressa. Volto também à semana antepassada porque, devido a problemas particulares, escrevi sobre ela apenas até sexta-feira e devo dizer que a Dilma não renunciou nem no sábado, nem no domingo e nem o Lula foi preso. Portanto não houve nada de especial no que se perdeu.

E por falar em Dilma, nossa musa, que, se Deus quiser, estará conosco aqui na coluna, em tempo integral e dedicação exclusiva, para deleite dos nossos parcos leitores, resolveu escrever cartas. E pela sua verve humorística a carta só poderia ser de humor, como foi comprovada em sua leitura para jornalistas lá no Palácio da Alvorada cercada de emas para todos os lados. Dizem que, enquanto ela lia, os presentes riam tanto, que ela, sempre compassiva, vendo que eles não estavam em condições de fazer perguntas e continuar o show, foi embora logo depois do ponto final. Então como não compartilhar estes momentos com nossos leitores? Vamos à carta, ou pelo menos aos seus trechos mais hilariantes, correndo o risco de morte risonha entre aqueles que lerem a todos. Por isso, explico a cada passo para mostrar que tudo não passa do humor explícito de nossa musa.

“AO SENADO FEDERAL E AO POVO BRASILEIRO

Brasília, 16 de agosto de 2016

Dirijo-me à população brasileira e às senhoras senadoras e aos senhores senadores para manifestar mais uma vez meu compromisso com a democracia e com as medidas necessárias à superação do impasse político que tantos prejuízos já causou ao país.”

Vejam, queridos leitores e queridas leitoras, o senso de humor de nossa musa. Quando se esperava após este início, que ela dissesse: “Como é para o bem do povo e felicidade geral da nação, diga ao povo que vou prá Porto Alegre”, ela engata:

“Meu retorno à Presidência, por decisão do Senado Federal, significará a afirmação do Estado Democrático de Direito e poderá contribuir decisivamente para o surgimento de uma nova e promissora realidade política.”

Pode? Vocês queriam o que? Que os espectadores parassem de rir? Claro que não. Foi riso do começo ao fim. Veja o que ela diz logo em seguida, sem deixar nem os presentes se recomporem:

“Minha responsabilidade é grande. Na jornada para me defender do impeachment me aproximei mais do povo, tive oportunidade de ouvir seu reconhecimento, de receber seu carinho. Ouvi também críticas duras ao meu governo, a erros que foram cometidos e a medidas e políticas que não foram adotadas. Acolho essas críticas com humildade e determinação para que possamos construir um novo caminho.”

Ora, ora, como acreditar no arrependimento da Dilma e em sua humildade, no reconhecimento dos seus erros, se durante quase uma década ela quase que nos mata de rir? E, se há algum leitor que continue vivo, vejam esta:

“Precisamos fortalecer a democracia em nosso país e, para isto, será necessário que o Senado encerre o processo de impeachment em curso, reconhecendo, diante das provas irrefutáveis, que não houve crime de responsabilidade. Que eu sou inocente.”

Tenho que parar por aqui, por ter certeza de quem estava nos lendo já está no hospital com embolia hilariante. Dilma inocente, é demais para os nossos ouvidos. O correto, segundo uma senadora do Amazonas é “inocenta”. Inocente somos nós que ainda rimos das piadas dela e as colocamos aqui fazendo maldade com nossos leitores. No entanto, minha crueldade é tanta que não consigo parar por aqui e coloco mais esta piada, que apesar de antiga, agora vem revestida com outros elementos:

“Por isso, afirmamos que, se consumado o impeachment sem crime de responsabilidade, teríamos um golpe de Estado.”

Ou seja, a Dilma está dentro do Palácio da Alvorada, à tripa forra, como se dizia lá em Bom Conselho e diz que pode sofrer um golpe de Estado. É embasbacante! Pois meu senhores e senhores, imaginem o que não teremos para comentar, na desta semana, a outra, quando já se sabe que ela vai apresentar seu grande show na sessão do Senado que a julgará se cometeu ou não crime de responsabilidade. Nem precisaria, todavia, para divertir mais a plateia vejam o que ela disse em seguida:

“Estou convencida da necessidade e darei meu apoio irrestrito à convocação de um plebiscito, com o objetivo de consultar a população sobre a realização antecipada de eleições, bem como sobre a reforma política e eleitoral.”

Todos são contra o plebiscito, desde o Papa Francisco até o Rui Falcão que é presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), partido este que deveria mudar de nome para Partido dos Humoristas (PH), já que conta também com o Lula, nosso grande colaborador, porque não sabem que tudo faz parte do humor ferino da Dilma. O plebiscito, na hora H, seria para saber se ela deve ou não continuar andando por este país, fazendo shows em todas as cidades. Eu votarei sim! E, para não matar de vez os leitores, vou ao final do discurso dela, momento onde todos já estavam desmaiados, quando ela disse, com aquela seu ar jocoso:

“A democracia há de vencer.”

Eu só complearia: “E o riso também!”.

Mas, como nem só de pão deve viver o homem, mas, sim, também de todo humor que sai da boca dos políticos, eu continuo minha missão semanal, embora seja difícil deixar a Dilma de lado. Soube só ontem que descobriram ser a Odebrecht a maior eleitora do PT em todos os tempos, fazendo doações propineiras que chegam a mais de R$ 100.000.000,00. É, realmente o PH ácido predominou durante todo o reinado do Guido Mantega como ministro da Fazenda, dizem os delatores premiados ligados à empresa. Então, chega desta conversa de que a Dilma é o Lula são culpados. O culpado é Mantega! Não resisto e rio igual faço nas redes sociais: kkkkkkkkk....

E, talvez, para o humor, o que mais importou na semana que passou, foi o começo da campanha para eleições municipais. E a principal fonte de humor é como os candidatos se virarão em arranjar dinheiro para gastar nas campanhas, já que o rio das empresas secou. Então já se sabe que a criatividade será o melhor remédio para enfrentar a escassez de fundos. Quanto a isto, até agora eu não sei quem são os candidatos aqui no Recife, onde voto, nem em Bom Conselho, onde gostaria de votar. Só sei que lá na terra de Papacaça o número de candidatos já passou de 20 para 2. Quanto ao número de candidatos a vereadores eu nem imagino. Não sei nem se o vereador que me processou, vai usar a verba que pede, por alguém ter escrito sobre ele neste blog, pois até agora a justiça ainda não foi feita, para o bem ou para o mal. O fato humorístico nisto é que ele deve usar às rádios para defender a liberdade de expressão. Ainda bem que a justiça é lenta.

Já que estamos falando de eleições municipais, quem aparece, de chofre, é o nosso colaborador, o Lula. Ele quer que o PT lance candidatos em todos os quadrantes, sem saber que este partido não tem mais ninguém que queira ser candidato por ele. E o grande show de Lula é correr atrás do Fernando Haddad para que ele aceite seu apoio e o atual prefeito de São Paulo correndo dele. Não sei se o João Paulo, aqui no Recife, corre também. Seria de morrer de pena se não fosse o potencial humorístico do Lula, que agora, tem como tarefa principal dizer que, além de não possuir nada de material, não possui nenhum pecado venial, e que é tudo invenção do sisudo Sérgio Moro. Ele já apelou para a justiça de São Paulo, para o STF, para a OEA e para a ONU, para ver se não vai contar piadas em Curitiba fazendo dupla com o Zé Dirceu (imaginem o sucesso da dupla Lula Jararaca e Dirceu Ratinho!). Agora só falta mesmo apelar para São Pedro ou mesmo para São Judas Tadeu, o santo das causas impossíveis. E já que ainda estamos em clima de olimpíada, não há como concluir que o Lula só se livrará desta no salto com vara, e pulando mais do que nosso atleta que pegou a medalha de ouro, ou senão, dando um duplo twist carpado, no solo.

E o Temer? Este já está tranquilo e calmo que deixará a interinidade na próxima semana, quando a Dilma já estiver fazendo seus shows lá em Porto Alegre. Parafraseando o senador Humberto Costa: “Dilma é guerreira e não tem nada a Temer!”. Portanto, Temer vai tentar fazer com que ela tema alguma coisa, deixando de ir ao encerramento das Olimpíadas com medo das vais, igual ao que fez nossa musa na abertura. Delegou as vaiais a Rodrigo Maia, novo presidente da Câmara. E depois vai fazer umas viagens para dizer ao mundo que “habemus presidente”. Eu sei que o marido da Marcela vai ser um colaborador natural desta coluna, tanto pelo seu cargo quanto por sua predileção pelo humor erudito, recheado de mesóclises. Aguardá-lo-ei, ansiosamente!

Enfim, foi uma semana verdadeiramente olímpica, e com aqui o humor abunda, recebi, pelas redes sociais, hoje sem as culpadas de tudo, uma mensagem dizendo que nunca se viu um povo com a criatividade do brasileiro, e eu terminei rindo, já pedindo desculpas aos baianos, aos novos e aos velhos, mas, tive que colocar a imagem acima, na qual o Cristo Redentor aparece submergindo a um tempestade apocalíptica, no Rio de Janeiro, e trazendo a frase, loga acima da foto do baiano Isaquias Queiroz (a quem a coluna parabeniza pelo feito de ter ganho 3 medalhas canoando pela Lagoa Rodrigo de Freitas):

“A certeza de que o fim do mundo está próximo vem quando um baiano ganha três medalhas olímpicas em provas de velocidade!”

Eu, apesar de rir muito, fiquei pensando na calamidade que se abateria sobre o Brasil se a Dilma voltasse à presidência, e, assim sendo não poderia vir se dedicar a esta coluna semanal. Seria realmente o caos para o humorismo nacional e internacional, mesmo que ela voltasse de canoa, pelo Lago Paranoá. E já que a nossa musa é um assunto inesgotável, em termos de humor, ela decidiu, na semana que passou, ir, pessoalmente, fazer sua defesa junto aos senadores. Pasmem, li na mídia que no roteiro do show, ela até chorará, fazendo o Brasil morrer de rir. Será imperdível!

sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Impeachment. Que o Senado se inspire em Usain Bolt!




Por Zezinho de Caetés

Bem, não há mesmo como fugir da política e me dedicar apenas às Olimpíadas, apesar de desejar fazer isto. Tenho que reconhecer que o meu conterrâneo, o Lula, já pode ter algo de que se possa falar bem, quando conseguiu trazer os Jogos para o Brasil. Eu pensei inicialmente, tal qual foi a Copa, o resultado seria “nem pão nem circo”, porém, agora vejo que os jogos estão dando um pouco de circo, embora o pão, ficará para depois, se o Temer se sustentar.

É óbvio que nem tudo são flores ou medalhas de ouro. Há sempre denúncias e mais denúncias de assaltos, aumento do consumo de drogas e outras mazelas. Não somos um paraíso, o Rio de Janeiro principalmente. Agora, que é bom ir dormir tarde esperando uma medalha de ouro e ela chegar, isto é.

Agora nos voltemos para nossa política que aparenta ser também um jogo, onde, na maioria das vezes, seus participantes só jogam fazendo faltas. Parece até uma Luta Olímpica, esporte que vi ontem, onde duas jovens podiam fazer de tudo menos puxar os cabelos da adversária, ou sendo mais vulgar nos esportes, é canelada para todo lado, como no futebol de várzea.

Hoje, volto a transcrever o Reinaldo Azevedo, que é, para mim, o mais lógico e juridicamente sabido dos nossos jornalistas. Ele trata de um chute na cara do Brasil, dado pelo PT, quando um bando de parlamentares e advogados denunciaram que havia um golpe parlamentar no Brasil contra a Dilma, que vem perdendo todas até agora, com exceção de uma medalha de bronze no ciclismo. Ou seja, todos já sabem que de “pedaladas” ela é boa.

E a denúncia não foi feita à justiça brasileira e sim à Comissão Interamericana de Direitos Humanos. Eu não repetirei o Reinaldo aqui. Apenas posso dizer e repetir que “ou acabamos com o PT ou o PT acaba com o Brasil”. A saúva é o verdadeiro estereótipo para o PT.

E quando hoje vejo na mídia, o Senador Lindberg pedir desculpas à Venezuela porque o ministro Zé Serra disse que Maduro não tem maturidade suficiente para presidir o Mercosul, não há como fugir da conclusão de que seria muito bom para o país que após a viagem da ex-presidenta a Porto Alegre e a volta do Lula para Caetés, o PT deveria ter seu nome varrido, como nos tempos dos faraós, dos hieróglifos que contarão a história do Brasil.

Gostaria mesmo é que o Senado, seguindo o exemplo do Usain Bolt, batesse o recorde de velocidade em mandar a Dilma para casa. Fiquem com o Reinaldo que irei ver qual a nossa próxima medalha.

“A Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA enviou ao governo brasileiro um documento pedindo explicações sobre o processo de impeachment. Atenção! Trata-se de um procedimento padrão, mas que, nem por isso, deixa de revelar seu caráter ridículo, uma vez que a ação que o motivou é um despropósito.

Parlamentares petistas, encabeçados por Wadih Damous, ex-presidente da OAB-RJ — o que, suponho deve envergonhar a Ordem — denunciaram à Comissão o que seria um golpe parlamentar no Brasil. Segundo a denúncia dos petistas, “estamos diante de uma situação que não pode ser solucionada por meio de recursos internos”. Os companheiros pedem ainda que a Comissão suspenda o processo. A iniciativa conta com o apoio de José Eduardo Cardozo, o advogado de Dilma, ele também, agora, investigado por obstrução da Justiça.

Chamo a atenção para o fato de que, segundo os parlamentares do PT, o próprio Supremo faria parte, então, do tal golpe, uma vez que, como está na denúncia, inexistem “recurso internos” para resguardar os direitos políticos e, pasmem!, humanos de Dilma. Vamos mais longe: para esses senhores, o Brasil já não consegue mais cuidar sozinho dos seus problemas.

Trata-se de um acinte e de um despropósito. As perguntas enviadas pela Comissão, dado o ridículo da denúncia, tornam-se igualmente vexaminosas.

A Comissão quer saber, por exemplo, “como teria sido garantido o devido processo legal” e “quais seriam os efeitos de uma inabilitação definitiva [de Dilma]”. Ora, ora… O órgão, que abriga o lulista Paulo Vannuchi, não precisaria nem preguntar isso ao governo. Bastaria consultar o Google. A pena em caso de impeachment está devidamente prevista em lei.

Como foi garantido o devido processo legal? Ora, com a aplicação estrita dos nossos códigos, referendados pelo regime democrático e devidamente acompanhados pelo Supremo, que foi chamado a atuar mais de uma vez pelos aliados de Dilma. A Comissão pergunta ainda se haveria a chance de uma “revisão” do processo… Hein? Revisão de quê? Estaria a dita-cuja disposta a declarar sem validade a Constituição do Brasil?

O que acho mais divertido é ler por aí que a Comissão pode conceder uma liminar para “suspender” o julgamento. É mesmo? E quem aplicaria a medida? A Quinta Cavalaria? O Brasil é um país soberano, onde vigora uma democracia de direito. A deposição de Dilma, segundo a Constituição e as leis, é uma questão de política interna.

E arremato com uma questão que já lembrei aqui: quando essa mesma Comissão recomendou a Dilma a suspensão da construção da usina de Belo Monte, a então presidente, em 2011, deu-lhe uma solene banana. E fez muito bem!

Nem a Comissão nem a Corte Interamericana de Direitos Humanos são instâncias revisoras da Justiça brasileira. Menos ainda do Congresso Nacional.

O pedido de explicações não passa de uma tolice derivada de outra.


Se o deputado Wadih Damous não gosta da Constituição e das leis que temos, ele que proponha projetos e emendas para alterá-las. Ou, então, que proponha, sei lá, a luta armada.”